|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MELHORES ESTÁGIOS
Empresas dão atenção, mas cobram desempenho
Marcelo Justo/Folha Imagem
|
Hélio dos Santos, 26 anos, está no 4º ano de administração financeira na UniPalmares |
Programas estimulam discussão e cursos e fazem perfil do estagiário
DENISE RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Combinadas na dose certa,
ousadia e humildade são duas
das características mais valorizadas em empresas que têm
bons programas de estágio.
O que elas esperam é que o
estagiário tenha iniciativa para
propor mudanças e dar opiniões divergentes das da chefia
-desde que bem embasadas-,
mas sem deixar de aceitar regras e cumprir bem até a tarefa
mais banal, como tirar cópias.
"O estagiário que se recusar a
pôr a mão na massa vai comprometer sua carreira", avisa
Lena Ikejiri de Medeiros, diretora de desenvolvimento humano da Daiichi-Sankio, empresa do ramo farmacêutico.
Lá, os 24 estagiários têm a
chance de treinar a ousadia.
Participam de encontros com o
presidente e de reuniões em
que discutem conceitos como
empreendedorismo e sucesso e
refletem sobre o futuro e alguns "modismos" -será que fazer MBA ou seguir carreira gerencial é essencial para todos?
Os estudantes são monitorados por padrinhos e madrinhas
e subordinados a um gestor de
"coaching" (técnico de carreira). "Tem de sentar, ajudar,
corrigir e ensinar antes de soltar", explica Medeiros.
"Muita empresa fala em desenvolver potencial, mas usa o
estagiário como mão-de-obra
barata ou reforço", diz Ricardo
Dreves, diretor-geral da Dreves
& Associados, consultoria de
seleção de estagiários.
Não é o caso do Itaú, que afirma efetivar 80% dos estagiários
-hoje há 440 estudantes contratados pelo programa.
Além de passar por várias
áreas do banco, eles fazem, por
três anos, curso de formação
com professores da Unicamp
(Universidade Estadual de
Campinas). "Saem com diploma de executivo júnior e têm
evolução surpreendente", comenta Valéria Riccomini, superintendente de atração e integração das pessoas do banco.
Avaliação constante
Na Dell, o sistema de gestão
por competências por meio do
qual os funcionários são avaliados vale para o estudante.
"A renovação do estágio depende do desempenho. Se abre
uma vaga, o estagiário tem liberdade para participar do processo", explica Anelise Townsend, gerente de treinamento e
desenvolvimento da empresa.
Nos últimos dois anos, a absorção tem sido de 50%.
Na IBM, esse índice chega a
100%, especialmente entre estagiários de nível técnico. "Há
déficit grande de profissionais
de TI [tecnologia da informação]. O número de formandos é
insuficiente, então passamos a
investir também no ensino técnico: informática, eletrônica e
tecnologia", diz Luciana Farisco, gerente de talentos.
Um diferencial é o arquivo
com o perfil do estagiário, suas
avaliações e sua evolução na
empresa. "Fica disponível para qualquer gerente. Assim o aproveitamento não se restringe ao setor em que o estudante atua", ressalta Farisco.
Texto Anterior: As 20 melhores Próximo Texto: Ausência de contrapartidas leva ao aumento da rotatividade Índice
|