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NA HORA DA SELEÇÃO
Proficiência comprovada valoriza currículo, mas empresas preferem conferir domínio em entrevistas e provas
Diploma não evita teste para vaga
FREE-LANCE PARA A FOLHA
"Inglês fluente." Essa designação no campo "Idiomas" muitas
vezes define o destino de um currículo que chega às mãos do selecionador: a pilha dos que serão
chamados para entrevista ou a lata de lixo. Mas o que está escrito
no documento ou em uma carta
de apresentação é o suficiente para garantir uma vaga no mercado?
Recrutadores relativizam a importância dos certificados de proficiência na hora de conseguir um
emprego. "As empresas não costumam pedir isso", afirma Luciana Sarkozy, sócia-diretora da
consultoria Career Center.
Segundo ela, o mercado exige a
fluência em um idioma, geralmente o inglês, que é medida por
testes ou entrevistas aplicados durante os processos de seleção.
"Mas, se os recrutadores souberem que o candidato possui um
Toefl ou um Cambridge, podem
submetê-lo a um exame de inglês
menos rigoroso", pondera.
Andras Dobroy, 60, diretor-presidente da consultoria Dobroy &
Partners International, vai mais
longe: "Diploma conferido por
escola alguma substitui a impressão que eu adquiro após cinco minutos de conversa em inglês".
Já a Deloitte Touche-Tohmatsu
desenvolveu seu processo de avaliação. Os funcionários passam
anualmente por uma bateria de
testes elaborados e aplicados na
própria companhia. "São válidos
para critérios de ascensão na empresa", conta Marcos Minoru, 36,
gerente de recursos humanos.
Um dos motivos para a iniciativa seria o custo. "O Toeic, que poderia servir para esse propósito, é
muito caro para os padrões brasileiros", afirma Minoru.
Na conversa
Quando o profissional está no
início da carreira, período em que
"o diploma e os cursos complementares têm mais força no histórico que a experiência", diz Geert
Aalbers, 33, diretor da Roland
Berger & Partners, a indicação de
um certificado pesa mais.
Mas ele lembra que já encontrou pessoas que haviam se saído
muito bem no Toefl, mas que não
tinham fluência verbal. O exame
não avalia conversação.
Alguns certificados não perdem
a validade, ou seja, teoricamente
servem para a vida toda. Mas, na
prática, o mercado reconhece só
os obtidos nos últimos dois anos.
No Citibank, entre 60% e 70%
dos funcionários possuem inglês
fluente. Nem por isso as certificações do idioma são consideradas
importantes. "Em geral não pesam", diz Fernanda Pacheco, 32,
superintendente-adjunta de recrutamento, seleção e treinamento. "Tampouco são exigidas para
uma promoção", completa. (EV)
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