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São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 2003

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NA HORA DA SELEÇÃO

Proficiência comprovada valoriza currículo, mas empresas preferem conferir domínio em entrevistas e provas

Diploma não evita teste para vaga

FREE-LANCE PARA A FOLHA

"Inglês fluente." Essa designação no campo "Idiomas" muitas vezes define o destino de um currículo que chega às mãos do selecionador: a pilha dos que serão chamados para entrevista ou a lata de lixo. Mas o que está escrito no documento ou em uma carta de apresentação é o suficiente para garantir uma vaga no mercado?
Recrutadores relativizam a importância dos certificados de proficiência na hora de conseguir um emprego. "As empresas não costumam pedir isso", afirma Luciana Sarkozy, sócia-diretora da consultoria Career Center.
Segundo ela, o mercado exige a fluência em um idioma, geralmente o inglês, que é medida por testes ou entrevistas aplicados durante os processos de seleção.
"Mas, se os recrutadores souberem que o candidato possui um Toefl ou um Cambridge, podem submetê-lo a um exame de inglês menos rigoroso", pondera.
Andras Dobroy, 60, diretor-presidente da consultoria Dobroy & Partners International, vai mais longe: "Diploma conferido por escola alguma substitui a impressão que eu adquiro após cinco minutos de conversa em inglês".
Já a Deloitte Touche-Tohmatsu desenvolveu seu processo de avaliação. Os funcionários passam anualmente por uma bateria de testes elaborados e aplicados na própria companhia. "São válidos para critérios de ascensão na empresa", conta Marcos Minoru, 36, gerente de recursos humanos.
Um dos motivos para a iniciativa seria o custo. "O Toeic, que poderia servir para esse propósito, é muito caro para os padrões brasileiros", afirma Minoru.

Na conversa
Quando o profissional está no início da carreira, período em que "o diploma e os cursos complementares têm mais força no histórico que a experiência", diz Geert Aalbers, 33, diretor da Roland Berger & Partners, a indicação de um certificado pesa mais.
Mas ele lembra que já encontrou pessoas que haviam se saído muito bem no Toefl, mas que não tinham fluência verbal. O exame não avalia conversação.
Alguns certificados não perdem a validade, ou seja, teoricamente servem para a vida toda. Mas, na prática, o mercado reconhece só os obtidos nos últimos dois anos.
No Citibank, entre 60% e 70% dos funcionários possuem inglês fluente. Nem por isso as certificações do idioma são consideradas importantes. "Em geral não pesam", diz Fernanda Pacheco, 32, superintendente-adjunta de recrutamento, seleção e treinamento. "Tampouco são exigidas para uma promoção", completa. (EV)


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