ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

São vários os livros que trazem uma fórmula para lograr a carreira desejada. A vantagem da obra "Os 12 Fatores para Chegar ao Topo da Sua Carreira" é que quase todas as dicas são embasadas em bons exemplos e explicações.
O estrategista Dave Lakhani e os psicólogos Kevin Hogan e Mollie Marti não reúnem novidades, mas definem, exemplificam e discutem os pontos de maneira direta e prática.
Lançado pela Elsevier em fevereiro, o livro tem 12 capítulos, dedicados aos fatores autodisciplina, plano estratégico, ação direcionada, tomada de decisões, paixão, confiança, controle de crítica, autocontrole, resiliência, construção de riqueza, estruturas de apoio e mente de sucesso.
A obra deposita grande confiança em técnicas e fórmulas para dominar cada fator. Os autores recomendam, por exemplo, que se troque a reatividade pela proatividade ao receber uma crítica. Um exemplo de conduta é perguntar ao crítico que trabalho ele considera referência para o caso, em substituição à defesa imediata do objeto criticado.

Regras
Os conceitos, entretanto, não estão amarrados entre si, ficando isolados em seus próprios capítulos -fórmula que funciona para uma leitura fragmentada. Mas, quando um dos capítulos carece de bons argumentos, o conceito fica prejudicado. É o caso do fator plano estratégico. A carreira é vista separada de fatores pessoais, num jogo de regras marcadas, sem considerar que as prioridades mudam ao longo da vida.
Um caso de tecnicismo exagerado está no capítulo construção da riqueza. "Com a fórmula da riqueza na mão, cabe a você implementá-la" parece uma frase descolada da realidade atual, em que receitas para sucesso fácil se transformaram em crise econômica.