São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2004

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ESTÁGIO

Dependendo do porte da empresa e das perspectivas de contratação, voluntariado compensa

Trabalhar de graça pode valer a pena

DA REDAÇÃO E

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Depois de ralar oito horas por dia, um estagiário ganha, em média, R$ 866 ao final do mês. Para tanto, deixa para trás uma concorrência média de 59 candidatos por vaga (comparável à da graduação mais disputada da Fuvest 2004, publicidade, com 61 candidatos/vaga) e abre mão de muitas horas de lazer e de estudo em nome do aprendizado na prática.
Mas, quando o assunto é conseguir um bom estágio, muita gente trabalha até de graça. E pode valer a pena. "A ajuda financeira sempre é bem-vinda, mas o estágio voluntário também é válido, uma vez que a empresa poderá aproveitar o jovem depois, como colaborador", diz Suely Cândido, sócia da consultoria Definite.
A única ressalva que faz é que a empresa "tem de ser séria". O alerta vale para não confundir aprendizado com exploração. Se não houver nenhuma perspectiva de ganho futuro, é hora de ir ao mercado buscar nova colocação.
Outra coisa importante é o seguro de acidentes pessoais. A empresa pode até não oferecer bolsa, mas o seguro -que remunera o jovem ou seus familiares em caso de invalidez ou morte- é obrigatório por lei. Apesar disso, 2% das empresas pesquisadas pela Folha disseram não conceder a garantia.

Extremos
Ganhar relativamente pouco e aprender muito se mostrou uma equação favorável para a estudante de hotelaria Talita Santos Figueredo, 19, que estagia na rede Bourbon, de hotéis. "O aprendizado é o que mais me interessa no momento. Estou tendo oportunidade de estagiar em uma empresa grande, com perspectivas de crescimento." Ela recebe R$ 350/mês.
Na outra ponta estão os estágios privilegiados, com bolsas acima da média. É o caso de Gillette (R$ 1.150), Biolab (R$ 1.275) e FMC Química (até R$ 1.300).
Nessas companhias, o estagiário põe a mão na massa para fazer jus ao dinheiro. "As responsabilidades do estagiário são as mesmas de um profissional", conta Maria Lucia Murimelli, diretora de RH da FMC. (RE e AM)

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