S?o Paulo, domingo, 26 de setembro de 2010

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DESEMPREGO

DILMA
Questionada pela Folha, a candidata informou que continuará investindo em todo o país e manterá as políticas sociais do governo Lula, "que estimulam o consumo das famílias". A presidenciável petista afirma que vai manter a política de valorização do salário mínimo.
Também pretende ampliar o apoio às micro e pequenas empresas, geradoras de parcela expressiva de empregos.
Em seu plano de governo, diz pretender ampliar o emprego formal. Seu programa inclui manter o controle da inflação, a queda da taxa de juros e os programas de transferência de renda -como o Bolsa Família- para garantir a subsistência e, assim, facilitar o acesso a empregos de qualidade.

ANÁLISE DOS ESPECIALISTAS
O crescimento da economia contribui para a geração de empregos, mas é preciso investir nas oportunidades em toda a cadeia produtiva. Faltou também detalhar a política de valorização do salário mínimo

"Investimento só em pequenas empresas pode estagnar o crescimento. Emprego deve ser gerado em toda a cadeia produtiva"
ANDRÉ PORTELA
professor da FGV


SERRA
A proposta do candidato é investir na indústria como chave no processo de geração de empregos.
Para Serra, as políticas industrial e de comércio exterior exercem papel fundamental para impulsionar o setor. Ele também pontua a importância de incentivar a inovação e o fortalecimento de empresas brasileiras.
O tucano aposta no estímulo à competitividade de produtos nacionais. Dessa forma, acrescenta o candidato, é possível fazer frente aos itens importados e conquistar mais mercado externo.
Segundo ele, o setor industrial responderá prontamente a uma política comercial agressiva que valorize o produto nacional e desestimule importações "oportunistas".

ANÁLISE DOS ESPECIALISTAS
O investimento na indústria contribui para o aumento de oportunidades de emprego, mas não é o principal fator estimulador de geração de vagas. É importante investir no setor que mais emprega, que é o de serviços

"Candidatos falam que investirão na indústria para garantir seu apoio. O setor de serviços emprega mais"
CARLOS EDUARDO S. GONÇALVES
professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP


MARINA
Para a candidata do PV, a redução do desemprego está relacionada ao crescimento econômico. Marina defende a manutenção de um ritmo de crescimento capaz de absorver os novos ingressantes na população economicamente ativa, melhorando a qualidade do emprego.
Ela diz que "é preciso reorientar o conhecimento e os modos de organização da escola", considerando como eixos centrais a educação científica, as questões socioambientais, a diversidade cultural e as tecnologias digitais.
Criar empregos verdes é outra meta. Construção civil, indústria, turismo e geração de energias limpas, seguras e renováveis são as áreas "com maior potencial de abertura de vagas".

ANÁLISE DOS ESPECIALISTAS
O estímulo ao crescimento econômico e à capacitação são medidas que ajudam a gerar oportunidades. Falta à proposta explicar de forma detalhada quais mecanismos pretende utilizar para atingir os objetivos propostos

"Incentivar o crescimento econômico contribui para o aumento das oportunidades, mas não houve exposição da metodologia para conseguir isso"
ANDRÉ PORTELA
professor da FGV


PLÍNIO

Para reduzir o desemprego, o candidato propõe diminuir a jornada de trabalho para 40 horas semanais sem cortar salários. Essa medida, diz, possibilitaria a criação de postos de trabalho.
Para comprovar sua tese, cita o caso do Chile, que, avalia, tem uma economia menor do que a brasileira, ao passo que as pessoas trabalham menos e recebem relativamente mais.
Plínio propõe também uma reforma agrária com crédito, política de compra de excedentes e assessoria técnica, baseada no assentamento de 4 milhões de famílias que hoje esperam uma propriedade rural. A proposta segue padrões da CNBB (Conferência Nacional de Bispos do Brasil).

ANÁLISE DOS ESPECIALISTAS
Não há relação entre a redução da jornada de trabalho e o aumento da taxa de emprego para compensar a produção. A diminuição pode acirrar a competição por produtividade entre profissionais e gerar demissões

"Essa proposta é totalmente demagógica. É inviável. Redução da jornada de trabalho não tem relação direta com a criação de postos"
JORGE PINHO
professor da UnB



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