DA REPORTAGEM LOCAL

Enfrentar o desemprego como um problema comunitário e agir para revertê-lo a partir da região em que vive a maioria dos candidatos, a periferia da Grande São Paulo.
Com essa proposta, duas iniciativas ligadas à Igreja Católica vão além da mediação entre desempregados e empregadores para fins de recolocação.
Com quatro unidades espalhadas pela periferia da região metropolitana de São Paulo desde abril, o Ceat (Centro Arquidiocesano do Trabalhador), da Arquidiocese de São Paulo, e o CBT (Centro Bizantino do Trabalhador), da Diocese de Santo Amaro, oferecem desde cursos de qualificação e encaminhamento a vagas até orientação psicológica e familiar.
"O desemprego tem desdobramentos, e tentamos abarcá-los. Uma mulher pode não trabalhar porque tem um filho drogado ou crianças sem alimentação adequada em casa. Tentamos cuidar disso também, para que ela possa realmente voltar ao mercado", esclarece o padre Lício de Araújo Vale, gestor do Ceat.
Apoiados pelos governos federal, estadual e municipal, além de contar com a parceria do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), os projetos devem ganhar quatro unidades em 2004. "A meta é chegar a 12 em 2005", diz Vale.
Em 2004, os trabalhos de alfabetização, de qualificação técnica e de cuidados com a saúde ganharão reforços nos centros. "O desemprego fragiliza o trabalhador, e ele adoece. Por isso vamos trazer um agente de saúde para cada unidade."
Nos centros, grupos de 20 a 25 desempregados recebem aulas sobre auto-estima e se auxiliam mutuamente na busca por posições. "Em 16 semanas, 80% se recolocam", diz Vale.

Ceat e CBT: 0/xx/11/5084-4806 ou www.ceatsp.org.br

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