São Paulo, domingo, 27 de junho de 2010

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Consultor vive dualidade

Crise de identidade abala quem tem falta de ligação com local de trabalho

Marcelo Justo/Folhapress
Fabiano Moraes, que diz "levar a mesa" em sua mala

JORDANA VIOTTO
DE SÃO PAULO

Qual é a importância de poder ter sobre a mesa do trabalho uma foto dos filhos ou aquele suvenir que sempre traz boas lembranças?
Para quem não tem essa chance, a resposta é "muita". É o caso de profissionais terceirizados -como consultores, analistas e auditores que são registrados por uma empresa, mas atuam em outra.
Ao se dedicarem boa parte do tempo a empresas com que não possuem vínculos contratuais, correm risco de se depararem com uma crise de identidade corporativa.
"Eles sentem falta de símbolos como a mesa própria com porta-retratos da família", conclui Diana Johnson em dissertação de mestrado defendida no Instituto Coppead, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Após acompanhar o dia a dia desses profissionais em empresas distintas, Johnson constatou que, sobretudo para os mais jovens, faz falta não poder dar um toque pessoal ao local de trabalho.
O estudo destaca a sensação de dualidade dos consultores, pois representam dois papéis e seguem regras do cliente e da consultoria.
"A situação pode causar desconforto ao profissional", destaca Luciana Mourão, diretora da SBPOT (sociedade de psicologia do trabalho).
A cultura profissional brasileira intensifica a questão. "Aqui, há necessidade de vínculo", diz Carlos Eduardo Autona, sócio-diretor da consultoria de RH Exec.
"Na Europa, há menos vínculos nas relações de trabalho", reforça Gil van Delft, diretor da Page Personnel.


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