São Paulo, domingo, 27 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

recursos humanos

Reality show inspira processo seletivo

Escolha é incrementada com provas de estratégia

MARIANA IWAKURA
DA REPORTAGEM LOCAL

O formato de reality show para a contratação de profissionais saiu da televisão e incrementou os processos seletivos.
A Pollux, empresa de automação industrial, concluiu em junho o Desafio Pollux, seleção inspirada nessas competições.
O processo mesclou etapas eliminatórias tradicionais, como análise de currículo e teste de raciocínio lógico, e desafios mais elaborados, como jogos de estratégia ao ar livre. Foram escolhidos um gestor e dois analistas de negócios.
Segundo José Rizzo Hahn Filho, presidente da Pollux, os processos seletivos normais para a área de negócios e vendas geravam falhas. "Contratávamos e víamos depois que não era a pessoa correta", conta.
A competição foi desenvolvida, diz Hahn Filho, para gerar interesse e atrair candidatos com nível acima da média. Houve mais de 250 inscrições.
As etapas do desafio foram registradas em um site, o que exigiu que os candidatos assinassem contratos para permitir a divulgação de nomes e de fotos. As eliminações foram decididas pelos gestores da firma e por uma consultoria.

Dez vezes mais caro
O investimento na competição, que incluiu eventos em São Paulo e em Joinville (SC), onde fica a sede da empresa, foi maior do que o de um processo seletivo comum. "Dez vezes mais caro", afirma Hahn Filho, sem informar o valor aplicado.
Mas ele destaca o benefício adicional da visibilidade institucional para a empresa, que, sendo de médio porte, muitas vezes perde para multinacionais a briga por engenheiros.
Roberto Adelino da Silva, 48, selecionado como gestor de negócios, decidiu participar do desafio para testar as suas habilidades e compará-las com as dos outros competidores. "O processo foi eficaz para mostrar como o profissional é em situações práticas", destaca.
Consultores, porém, fazem ressalvas a esse tipo de seleção. Para Sebastião de Oliveira Campos Filho, diretor da Oliveira Campos Consultoria Empresarial, "não se deve fazer um jogo tão complexo que a firma empregue mais energia nele do que na leitura do participante".
"É preciso transparência para aplicar essas ferramentas ", completa Neli Barboza, gerente de consultoria da Manager. "O jogo não pode levar o participante ao constrangimento."


Texto Anterior: Consultoria: Mural
Próximo Texto: Agência faz seleção digital
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.