São Paulo, domingo, 27 de outubro de 2002

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100% AOS 50

Cinquentões devem reavaliar a carreira

Flávio Florido/Folha Imagem
O vice-presidente mundial da consultoria DBM, Robert Critchley


TATIANA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Chegar aos 50 anos e continuar no mercado de trabalho pode tanto significar iminência de ascensão quanto de declínio, alertam os especialistas. Preparo e planejamento para enfrentar essa etapa da carreira são fatores determinantes do caminho a ser tomado.
Se, por um lado, experiência e know-how estão entre as qualidades indiscutíveis do profissional maduro, do outro, custo alto e possível estagnação são alguns dos riscos que o empregador assume para mantê-lo na ativa.
"Hoje nenhuma empresa garante o futuro do empregado, por melhor que ele seja. Por isso cabe ao profissional tomar para si as rédeas da sua carreira e não simplesmente confiá-la à corporação", diz o vice-presidente mundial da DBM, Robert Critchley.
Autor do livro "Reavaliando sua Carreira", recém-lançado no Brasil, ele ressalta que há várias maneiras de chegar aos 50 se aproximando da atuação dos seus sonhos. "Redirecionar a profissão, recomeçar ou parar são algumas das opções existentes para quem chega a essa etapa da vida."
Critchley acredita que as oportunidades de trabalho para profissionais cinquentões devem se multiplicar rapidamente nos próximos anos. "A expectativa de vida aumentou, e hoje convivemos com a primeira geração que chega a essa idade em perfeitas condições físicas e intelectuais."
Embora ainda sejam poucas as oportunidades específicas para profissionais maduros, já existem iniciativas no meio empresarial.
Uma delas é a do Grupo Pão de Açúcar, que emprega um total de 700 pessoas no país com idade média de 60 anos. Há desde empacotadores até pesquisadores e especialistas (como conhecedores de vinho, por exemplo), que auxiliam os clientes na hora de escolher produtos.

Opções
John Cymbaum, consultor da Career Center e da Laboredomus, afirma que, em muitos casos, o melhor da carreira acontece por volta dos 50 anos. "É possível empregar o que se sabe para trilhar caminhos que impliquem mais realização. Consultoria e prestação de serviços especializados são algumas das alternativas viáveis."
Na opinião de Paulo Pontes, gerente-executivo da consultoria Michael Page, estar bem no mercado aos 50 requer reciclagem constante. "É preciso investir em atualização", comenta.
Critchley, da DBM, diz que mais importante que a idade cronológica é a "idade mental". "Quantos anos você se daria se não soubesse sua idade real?", questiona.


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