da Reportagem Local

Depois de passar por um longo período sem receber reajustes no salário e não ser beneficiado por formas alternativas de remuneração, alguns profissionais podem estar pensando em entrar o ano exigindo um aumento salarial.
No entanto, essa não é a postura mais recomendada por consultores. Nos três primeiros meses do ano, é interessante aguardar um posicionamento do mercado em relação à expectativa de recessão.
Depois disso, é preciso verificar dois aspectos: a importância do seu trabalho dentro da empresa e a situação em que a companhia se encontra no mercado.
Segundo Vicente Picarelli Filho, 49, da Arthur Andersen, o aumento do salário depende da importância das atividades desenvolvidas pelo profissional e de quanto seu salário está defasado em relação ao que é pago no mercado.
Ele afirma que as empresas estão olhando mais para as pessoas do que para os cargos que ocupam.
Isso significa que é hora de adquirir habilidades para poder acumular funções, mas dentro do possível, sem precisar virar escravo do trabalho. "As empresas procuram profissionais que consigam se dar bem em diversas áreas."

Cautela
Quanto a possíveis demissões no início do ano, quando o ritmo dos negócios geralmente diminui, Luiz Alberto Panelli, 56, sócio-diretor da PMC Amrop, diz que elas costumam poupar somente os profissionais do alto escalão.
Na opinião dele, o próximo ano não deverá ser de euforia e haverá muita cautela. Mesmo tendo maior segurança, profissionais que ocupam cargos na alta direção não deveriam pedir aumento, diz ele.
"Não é uma prática muito comum entre os profissionais desse escalão pedir aumento, só em casos de cobertura de propostas."
Para quem acredita que merece um aumento e tem cacife para negociar, é preciso saber vender muito bem seu peixe (veja quadro abaixo). A principal dica dos consultores é fazer uma auto-avaliação para descobrir se você é realmente uma figura imprescindível na empresa e se tem argumentos para provar isso a seu chefe.



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