DA REPORTAGEM LOCAL

Ambientes de trabalho mais restritivos. É nessa fórmula que algumas empresas se baseiam para tentar aumentar a produtividade de profissionais.
As restrições não passam apenas pela limitação do uso da internet ou do telefone celular. Há firmas que distanciam fisicamente seus colaboradores, para tentar minimizar bate- papos durante o expediente.
Essa foi a tática adotada pela Curriculum.com.br, que oferece serviços pela internet. De um espaço de 200 m2, a equipe passou para um de 500 m2.
"Antes, as pessoas conversavam muito mais [entre elas]", conta o presidente da empresa, Marcelo Abrileri. Hoje, complementa, elas mantêm contato visual, mas o ambiente tornou-se mais "profissional".
"Só isso [distanciamento entre os trabalhadores] já ajudou", considera, sobre o ganho de produtividade da equipe.
Essa não foi a única medida para eliminar os focos de dispersão. Há duas semanas, não é mais permitido usar comunicadores instantâneos e acessar sites como o Orkut.
O gerente de marketing da firma, Jorge Abu Jamra, 31, comemora a iniciativa. "Antes, eu dividia uma bancada com outras três pessoas. Havia 50 cm entre mim e meus colegas." Ele diz estar hoje a dois metros de outros funcionários e afirma que a distância não interferiu nos relacionamentos.
Ressalta, no entanto, que pensa em pedir autorização para utilizar o comunicador instantâneo. "Há muitos contatos profissionais em minha lista."
Para Ana Magnolia Mendes, professora de psicologia social e do trabalho da UnB (Universidade de Brasília), o uso da internet no trabalho "pode ser uma forma de descanso".
"Para manter o foco, não é preciso restringir a internet, mas contar com a coordenação de um superior no desenvolvimento das tarefas", opina.


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