São Paulo, domingo, 28 de março de 2004

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Montar rede de contatos é essencial na recolocação

DA REPORTAGEM LOCAL

Especialistas em recursos humanos são unânimes em dizer que o cultivo de uma ampla rede de contatos é um dos melhores caminhos para alcançar a recolocação. Ligar para antigos amigos, ir a lugares que não se tem o hábito de freqüentar e transitar por ruas diferentes do itinerário diário são algumas maneiras de compor essa "teia".
"Só não vale encarar as pessoas como um muro das lamentações", afirma o consultor de empresas Marco A. Oliveira, 62. É necessário, de acordo com ele, que o desempregado vença a timidez e "saia da casca".
Após dar início a uma conversa, ensina ele, introduza com sutileza o fato de estar procurando trabalho. É preciso sentir o momento ideal a fim de evitar inconvenientes. Depois de aberto, o contato deve ser levemente cultivado, por exemplo, com o envio de e-mails ou telefonemas regulares.
Pesquisa recente do Grupo Catho, consultoria de recursos humanos, aponta que 38,3% dos profissionais consultados conseguiram uma nova colocação por meio de indicação.
Para desempregados com nível superior de escolaridade, Oliveira incentiva o contato direto com a gerência da empresa em que desejem atuar.
Na opinião dele, uma ligação de no máximo três minutos seria o ideal para uma breve apresentação e até mesmo para combinar o envio de currículo. "As empresas preferem gente mais agressiva. É uma prova do interesse e da determinação da pessoa", explica.

Currículo e entrevistas
Além de elaborarem um currículo claro e objetivo, os desempregados devem estar preparados para participar de dinâmicas de grupo, entrevistas e testes psicológicos (leia dicas no quadro abaixo). "Nas entrevistas, a primeira impressão é a que fica. Por isso o candidato deve usar roupas discretas e ser pontual", afirma Maria de Fátima e Silva, 41, gerente da divisão de inclusão social da consultoria Gelre.

Corte de gastos
Conter os custos é essencial durante a fase de prospecção. Patrícia Molino, 37, diretora nacional de assessoria em gestão de RH da KPMG, aconselha ao desempregado que avalie todas as suas despesas mensais, classificando-as em fixas, variáveis, importantes e desnecessárias. "A revisão leva à descoberta de gastos absurdos."
Substituir a academia de esportes por caminhadas, freqüentar bibliotecas públicas e centros de informática gratuitos pode render uma boa economia.
Na hora da busca do emprego, vale a pena ainda traçar o melhor itinerário antes de sair de casa para economizar em transporte. O Metrô de São Paulo e a CPTM oferecem bilhetes gratuitos, com validade de 90 dias, para quem está desempregado há, no máximo, seis meses (confira outros benefícios gratuitos à pág. 2). (SILVIA BASILIO RIBEIRO)


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