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Montar rede de contatos é essencial na recolocação
DA REPORTAGEM LOCAL
Especialistas em recursos humanos
são unânimes em dizer que o cultivo
de uma ampla rede de contatos é um
dos melhores caminhos para alcançar
a recolocação. Ligar para antigos amigos, ir a lugares que não se tem o hábito de freqüentar e transitar por ruas diferentes do itinerário diário são algumas maneiras de compor essa "teia".
"Só não vale encarar as pessoas como um muro das lamentações", afirma o consultor de empresas Marco
A. Oliveira, 62. É necessário, de acordo
com ele, que o desempregado vença
a timidez e "saia da casca".
Após dar início a uma conversa, ensina ele, introduza com sutileza o fato
de estar procurando trabalho. É preciso sentir o momento ideal a fim de evitar inconvenientes. Depois de aberto, o
contato deve ser levemente cultivado,
por exemplo, com o envio de e-mails
ou telefonemas regulares.
Pesquisa recente do Grupo Catho,
consultoria de recursos humanos,
aponta que 38,3% dos profissionais
consultados conseguiram uma nova
colocação por meio de indicação.
Para desempregados com nível superior de escolaridade, Oliveira incentiva o contato direto com a gerência da
empresa em que desejem atuar.
Na opinião dele, uma ligação de no
máximo três minutos seria o ideal para
uma breve apresentação e até mesmo
para combinar o envio de currículo.
"As empresas preferem gente mais
agressiva. É uma prova do interesse e
da determinação da pessoa", explica.
Currículo e entrevistas
Além de elaborarem um currículo
claro e objetivo, os desempregados devem estar preparados para participar
de dinâmicas de grupo, entrevistas e
testes psicológicos (leia dicas no quadro abaixo). "Nas entrevistas, a primeira impressão é a que fica. Por isso o
candidato deve usar roupas discretas e
ser pontual", afirma Maria de Fátima e
Silva, 41, gerente da divisão de inclusão
social da consultoria Gelre.
Corte de gastos
Conter os custos é essencial durante
a fase de prospecção. Patrícia Molino,
37, diretora nacional de assessoria em
gestão de RH da KPMG, aconselha ao
desempregado que avalie todas as suas
despesas mensais, classificando-as em
fixas, variáveis, importantes e desnecessárias. "A revisão leva à descoberta
de gastos absurdos."
Substituir a academia de esportes
por caminhadas, freqüentar bibliotecas públicas e centros de informática
gratuitos pode
render uma boa economia.
Na hora da busca do emprego, vale a
pena ainda traçar o melhor itinerário
antes de sair de casa para economizar
em transporte. O Metrô de São Paulo e
a CPTM oferecem bilhetes gratuitos,
com validade de 90 dias, para quem está desempregado há, no máximo, seis
meses (confira outros benefícios gratuitos à pág. 2).
(SILVIA BASILIO RIBEIRO)
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