São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2008

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SONHO FORMADO

Administradores dirigem rumos em áreas variadas

Da executiva ao DJ, profissionais gerenciam sonhos e balizam formação

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Do sonho de escalar a estrutura corporativa e tornar-se presidente de empresa nasceram diversas trajetórias.
Na turma que ingressou há dez anos no curso de administração da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo) há não só executivos como também acadêmicos, ongueiros e até um DJ.
Se alguns fugiram da área de formação, houve também quem entrasse sem rumo planejado e hoje tenha carreira ascendente. "Como muitos, prestei administração por ser um curso genérico, já que não sabia direito o que queria ser", conta Denise de Abreu Sofiatti, 28.
Entre seus sonhos profissionais estavam atividades variadas: "Quis ser atriz, jornalista, publicitária e especialista em terceiro setor ou em esportes, além de ativista ambiental".
Durante a graduação, no entanto, ganhou gosto pela área de marketing. Em 2005, entrou no concorrido programa de trainees da Natura, onde, há algumas semanas, em meio a cortes, foi promovida a gerente.

"Headhunter"
Amigo de Sofiatti à época da faculdade, Valdir Moreira do Nascimento, 28, gerente de marketing da Mars, entrou na faculdade já como celetista.
Técnico em processamento de dados, era analista de sistemas da Telefônica. "Larguei o cargo para estagiar na Unilever, ainda em tecnologia", recorda.
No meio do curso, decidiu migrar para o marketing e transferiu-se como estagiário para a Elma Chips. Três anos depois, já assistente, foi procurado por um "headhunter" para a vaga de gerente de produtos.
"Agora estou fazendo MBA na FGV [Fundação Getulio Vargas] com o objetivo de galgar postos mais altos", planeja.
Já Pedro Bojikian, 28, divide-se entre a corporação e o terceiro setor. Gerente de marketing da Microsoft, o profissional é também presidente da ONG Gesto, fundada por um grupo de alunos da FEA-USP para dar suporte de gestão a pequenos empresários.
"Era a melhor forma de devolver à sociedade o que ganhamos em conhecimento numa universidade pública", reflete.
Para equilibrar as funções, Bojikian conta com a flexibilidade da firma. "Estou numa empresa de cultura moderna."

Trilha sonora
Matriculado em administração por pressão familiar, Paulo Warde, 27, encontrou sua vocação entre "pick-ups" e CDs -atuar como DJ era um sonho de menino. Largou o curso -era da mesma turma de Nascimento e Bojikian-, e arranjou estágio em uma rádio.
Agora conhecido como Paulo Pringles (uma referência às batatas que levava para os locutores), Warde coordena a programação musical na Jovem Pan.
A carreira de DJ também deslanchou. "Viajo toda semana para me apresentar", conta.



63%
dos formados pela FEA-USP até 2000 ocupavam em 2007 cargos de gestão ou alta hierarquia; esse índice cai para 28% entre graduados após 2000 (49% estavam em nível operacional, incluindo o cargo de analista), informa pesquisa da faculdade com ex-alunos


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