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SONHO FORMADO
Pesquisa e negócios envolvem biólogos
Especialistas trilham caminhos para garantir sustento e satisfação
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Enveredar para a pesquisa ou
para a vida acadêmica foi um
caminho trilhado por vários
dos biólogos formados na turma de 1998 da Universidade
Presbiteriana Mackenzie.
Muitos, no entanto, viram
suas trajetórias profissionais
serem balizadas pelas necessidades financeiras -levando a
caminhos nem sempre esperados, porém gratificantes.
A professora Adriana Jaime
Sbampato Assad, que leciona
biologia e anatomia na Uninove
(Universidade Nove de Julho),
não conseguiu fazer estágio na
área enquanto estava na graduação. Mãe solteira, tinha filha pequena para sustentar.
Mas acabou iniciando a trajetória de docente ainda na faculdade: desde o segundo ano, ganhava cerca de R$ 200 por mês
lecionando ciências todas as
noites, em um supletivo.
A pressão por um salário melhor levou-a à função de gerente de vendas em um fabricante
de cosmético, em que ensinava
estratégias de vendas às consultoras. Demitida depois de 11
meses, Assad voltou às aulas.
"Entendi que iria continuar
na biologia para o resto da vida
e que meu salário de R$ 800 era
muito mais agradável de ganhar do que os quase R$ 3.500
que recebia [na empresa de
cosmético]", conta.
Ela partiu para o mestrado.
Defendeu a dissertação em
2003 e, no ano seguinte, foi
contratada pela Uninove.
Sua companheira de turma
Sara Arrózio seguiu outra vertente da carreira, unindo a expertise acadêmica na área ao
tino comercial, que lhe garante
rendimentos na faixa de
R$ 7.000 a R$ 8.000 por mês.
Com mestrado em biotecnologia pela Universidade de São
Paulo, chegou a trabalhar no
Instituto Butantan, mas logo
migrou para as vendas de equipamentos para laboratório.
Os microscópios, que eram
sua ferramenta de pesquisa, viraram seu ganha-pão. Há seis
anos, ela é representante de
vendas da Olympus, empresa
de tecnologia de precisão que
produz desde câmeras digitais
até endoscópios ultra-sônicos.
"Jamais imaginei que estaria
nessa área, em que o conhecimento de biologia é fundamental, pois precisamos falar a língua dos pesquisadores."
Gosto
Já César dos Santos Pegoraro, 35, o Cesinha, fez uma carreira "verde". O biólogo trabalhou na SOS Mata Atlântica e
hoje coordena projetos no ISA
(Instituto Sócio-Ambiental)
-o principal deles é a despoluição do rio Tietê.
"Faço um trabalho de conscientização entre os moradores
de lugares próximos aos córregos que deságuam no rio para
que percebam a importância de
não poluir os mananciais."
Cesinha diz que não liga para
a sua remuneração, que não
está entre as mais gordas.
"Optei pelo gosto e não pelo
bolso", brinca. "Dinheiro nunca é o fim. É a conseqüência do
trabalho, da convicção e do
comprometimento."
(DR)
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