São Paulo, domingo, 29 de julho de 2007

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CORRIDA PARA 15.000 VAGAS

Após treinamento, jovens deixam de ser aproveitados

Por decisão própria ou da firma, trainee desiste de rumo "promissor" MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Programas de trainee costumam ser a porta de entrada para uma carreira de sucesso nas grandes empresas. Em geral, os jovens são treinados e, no fim do processo, asseguram um posto de trabalho privilegiado.
Há casos, contudo, de quem não conhece esse final feliz: passa por meses de seleção seguidos de mais um período de vivência nas companhias para, depois, não ser aproveitado -seja por vontade da empresa, seja por decisão própria.
Um exemplo é G.F., 25, formado em marketing. Ele passou pelo concorrido programa de uma indústria química. Ficou cinco meses por lá e, no final, acabou voltando ao mercado -por decisão da empresa.
"Não dava para saber se eu estava indo bem ou não. Também prometeram cursos que não foram dados", desabafa.
A falta de informações sobre o desempenho do jovem em treinamento é alvo de críticas. "O trainee precisa de alguém que seja capacitado não apenas para mostrar seus erros", diz Augusto Costa, diretor da Manpower. "É preciso saber explicar como é possível melhorar."
Para Costa, é importante também planejar o futuro desses profissionais na empresa quando o programa termina. "Oferecer formação adicional é visto como interesse da companhia em manter e aperfeiçoar ainda mais o jovem", opina.
À economista A.K., 24, cortada pela empresa após participar de um programa de trainee na área de auditoria, também faltou acompanhamento.
"As críticas não eram objetivas. Também não apresentavam alternativas. Eu não sabia para onde correr", lembra.
Mesmo sem receber elogios, a profissional diz que acreditava na contratação. "Como todo mundo tem problemas durante um processo tão longo, achei que seria absorvida. Uma pena, eu queria ter continuado lá."
Como nem sempre querer é poder, Mariá Giuliese, especialista da Lens & Minarelli em recolocação, pondera a decisão: "A não-contratação não quer dizer que esse profissional seja menos capaz do que outro. Significa que o que ficou se encaixa melhor no perfil procurado pela empresa no momento".

Vice-versa
É mais raro, mas também acontece de o jovem identificar que o perfil da empresa não combina com o seu. Um exemplo é o do publicitário T.C., 28, que passou em um processo concorrido e foi efetivado.
Depois de oito meses, desligou-se da companhia. "Não era com aquilo que eu queria trabalhar. Recebi uma proposta e mudei do setor de serviços para o de bens de consumo", conta.


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