São Paulo, domingo, 29 de dezembro de 2002

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Festas não animam mais as empresas

DA REDAÇÃO

Se você é daqueles que sente calafrios só de pensar que está chegando o final do ano -e com ele, as festas da empresa-, anime-se: é provável que, em breve, o evento possa ser "extinto" de sua agenda.
Essa é a opinião de muitos consultores organizacionais, que vêem nas festas de final de ano nada além do que uma bela oportunidade para se gastar muito.
"São um modismo cujo resultado vem sendo repensado pelas empresas: não trazem resultados e exigem altos investimentos", aponta a consultora de recursos humanos Ana Paula Nogueira.
João Canada, do Grupo Foco, explica que os grandes eventos de fim de ano são afetados pela dissonância entre empresa e empregado: "Enquanto "dão o show", o funcionário pensa: "por que não dão esse dinheiro para nós?'".
Já a consultora da Nicholson International Beatriz García, 33, ressalta que essas iniciativas só têm sucesso com um bom clima organizacional e alto nível de satisfação dos funcionários. "Neste ano de crise, uma grande festa pode motivar mais insatisfação ainda."
O administrador V.N., 23, passou por situação parecida há dois anos. "A empresa forjava uma integração na festa que não existia. Até ganhei um prêmio, mas saí da empresa uma semana depois."

Fim de festa
Para os "festeiros de plantão", no entanto, nem tudo está acabado. Os típicos eventos de final de ano tendem a ser remodelados.
"A tendência é liberar verbas por departamentos", diz Gisele de Lucca, diretora da TXT (eventos).
A diretora de recursos humanos do Pão de Açúcar, Maria Aparecida Fonseca, também aposta no enxugamento das confraternizações. "Já adotamos o "cada área faz o que quer", pois é como um Réveillon na casa da sogra: pode ser um prazer ou uma obrigação."



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