São Paulo, domingo, 30 de maio de 2004

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Lei deve defender produto nacional

DA REDAÇÃO

Hoje nenhuma série de desenho animado nacional é vista no país. Porém, um projeto de lei, em discussão na Câmara dos Deputados, tenta reverter esse quadro.
De autoria do deputado Vicente Paulo da Silva (PT-SP), o Vicentinho, o projeto estabelece que todas as emissoras de TV (de sinal aberto ou fechado) incluam em suas grades um percentual mínimo de produção nacional: de 10% no primeiro ano de vigência da lei a 50%, no quinto ano.
Ale McHaddo, professor do Senac-SP, é favorável ao projeto. "A gente precisa se ver na TV. Eu, por exemplo, nunca vi uma bigorna na vida, mas é um elemento mais que presente em desenhos animados americanos", exemplifica .
Dario Sena, 43, diretor de animação com 20 anos de experiência, também defende a iniciativa. "Toda a Europa é assim, eles têm e veiculam sua própria produção. É positivo e amplia o mercado."
O tema é polêmico. Apesar de vislumbrar um alto índice de geração de empregos, há quem tenha um pé atrás. "Cada canal vai querer séries exclusivas, e não temos pessoal para atender a essa demanda de imediato. Pode virar uma "guerra de porcaria'", analisa o animador Walbercy Ribas.
"Não é viável", decreta Clóvis Vieira, do Instituto Brasileiro de Cinema Digital. "Enquanto um capítulo nacional sai por cerca de R$ 50 mil, um importado custa R$ 1.000, já que os custos são diluídos pela distribuição mundial. A lei não deveria falar em quantidade, e sim garantir exibição da produção e fontes de financiamento."


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