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Reposição hormonal,
quem fez e recomenda
Xando P./Folha Imagem
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"Sou um entusiasta da reposição hormonal, pareço dez anos mais jovens", Hélbio Palmeira, 60, advogado |
Cinco homens contam o que mudou na sua vida sexual depois que começaram a usar hormônio masculino
ÁLVARO LEME - FREE-LANCE PARA A FOLHA
Os homens estão invadindo uma área que até recentemente
era restrita às mulheres: da a reposição hormonal. Agora
são eles que discutem injeções, adesivos e outros métodos para
reequilibrar o nível de hormônio.
Isso não significa que esse tipo de tratamento seja uma novidade. A terapia de
reposição hormonal é utilizada no Brasil
há 60 anos. Mas nunca houve um momento sociocultural tão propício ao debate sobre a sexualidade dos homens como os anos 90 e o início do século 21.
Um dos motivos por trás dessa discussão é o aumento da longevidade. A expectativa de vida saltou de 40 para 80
anos entre 1920 e 2000. "O homem está
vivendo mais e está tendo uma sexualidade muito mais intensa e variada do que
no passado", afirma o médico baiano Elsimar Coutinho, especialista em endocrinologia ginecológica, sexologia e andrologia, que usa o método há cerca de 20
anos.
A reposição é indicada para os homens
porque, assim como as mulheres, eles
também enfrentam problemas hormonais decorrentes do envelhecimento. A
andropausa é marcada pela redução nos
níveis de testosterona, o hormônio responsável pelo bom funcionamento de
grande parte do organismo masculino.
Entre as consequências mais comuns,
estão acúmulo maior de gordura abdominal, enfraquecimento da massa óssea e
diminuição ou perda do apetite sexual.
A alternativa para combater esses efeitos colaterais é a terapia de reposição de
testosterona, que atualmente pode ser
feita no Brasil de quatro maneiras. A
mais difundida é a injeção de hormônio, que deve ser repetida a cada 21 dias.
Existem também os tratamentos por via
oral (comprimidos) e via transdérmica
(adesivos com hormônio), que devem
ser administrados diariamente.
Bastante eficaz, mas menos conhecida,
é a aplicação de "pellets", feita pelo médico Elcimar Coutinho. Uma vez por ano, o
médico implanta, sob a pele do paciente,
uma cápsula de silicone com uma quantidade considerável de hormônio, que é
liberado aos poucos. Além desses métodos, em breve deve chegar ao país o "androgel", que pode ser aplicado diretamente na barriga e nos braços.
Mas não basta simplesmente escolher a
forma de aplicação do hormônio. A
orientação do médico é essencial, pois
existem contra-indicações. Por exemplo:
homens com histórico de câncer de próstata na família ou que já têm essa doença
devem ficar longe da testosterona.
"É fundamental fazer um exame médico completo e um "checkup" da próstata",
afirma o andrologista Marcos Paulo de
Castro, da Sociedade Brasileira de Andrologia. Os exames incluem toque retal,
hemogramas, dosagens da própria testosterona e também de PSA, usada para
detectar e monitorar câncer na próstata.
Mesmo com essas exigências prévias,
os benefícios da testosterona são tentadores. Ela não só aumenta a massa muscular e combate a osteoporose, como diminui a irritabilidade e aumenta o desejo
sexual, razão pela qual é mais conhecida.
Vale lembrar que reposição hormonal
não é "coisa de velho" (leia os depoimentos nesta página e na anterior). O momento para iniciar a terapia varia de homem para homem, já que a queda na
produção de testosterona, que começa
aos 30 anos, é lenta e gradual. Normalmente o tratamento é indicado depois
dos 50 anos.
Mas nem todos passam pela andropausa. O urologista Henrique Chvaicer calcula que só 4% dos homens entre 40 e 60
anos e 20% na faixa entre 60 e 80 enfrentam distúrbios desse tipo. "Eu diria que,
mais ou menos, 1 em cada 20 homens
precisa fazer a reposição hormonal."
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