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Barulheira tira o humor de qualquer um
O escritor João Silvério
Trevisan, 57, há quatro
anos convive com o barulho de "dois, três, às vezes
quatro vendedores de frutas que ficam a postos nas
suas caminhonetes competindo para conquistar a
clientela".
O duelo sonoro acontece diariamente, das 9h às
12h. "Fico irritado, mal-humorado, não consigo
me concentrar e, várias
vezes, fui obrigado a parar
de escrever."
O ruído urbano atua como um dos principais
agravantes do quadro de
estresse, explica o médico
do trabalho da CET Antonio Sérgio Melo Barbosa.
"Em geral, os sons de alta
frequência incomodam
mais. Mas os graves, de
baixa frequência, também
fazem mal."
São justamente os graves emitidos pela bateria
do vizinho de um andar
abaixo que causam um
efeito "desesperador" na
administradora de empresas M. L. V., 47, que pediu para não ser identificada.
"Às vezes, uso dois tapa-ouvidos: um mais caseiro,
de natação, e um profissional, como os usados na
construção civil. Ainda assim, fico procurando um
canto onde possa ficar
mais tranquila."
Mesmo quando o som
não é indesejado, como
com o qual o promoter
Rosival Ribeiro Barbosa,
36, convive há 13 anos nas
pistas de dança da cidade,
o estresse pode se instalar.
"Às vezes, fico muito desgastado", comenta.
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