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São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2003
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O futuro está na prevenção

Marcelo Barabani/Folha Imagem
Graças à ultra-sonografia morfológica, Fernanda dos Santos descobriu que seu bebê tem pulmão cístico congênito; "se o problema não fosse detectado cedo, é provável que minha filha morresse pouco depois de nascer", diz

"Todo mundo sabe que, se a mulher engravida até os 35 anos, a probabilidade de que seu filho tenha síndrome de Down cai em 50%. Mesmo assim, os casais continuam retardando cada vez mais a reprodução." Esse é apenas um exemplo, segundo o geneticista clínico e coordenador do Centro de Genética Médica da Unifesp, Décio Brunoni, de fator de risco conhecido do grande público, mas desconsiderado no planejamento familiar.
Para Brunoni, o futuro do tratamento das doenças fetais passa pela educação da população para neutralizar os fatores de risco. "Muitos dos casos de doenças e de más-formações fetais poderiam ser evitados se houvesse um correto planejamento da reprodução", afirma ele.
Além disso, quem consegue planejar a gravidez tem a chance de fazer uma série de exames e tratamentos para diagnosticar riscos e evitar problemas reprodutivos, diz o chefe do setor de medicina fetal da obstetrícia do HC, Victor Bunduki. "O importante é diagnosticar doenças que possam afetar o bebê e começar a fazer complementação alimentar de substâncias químicas necessárias para o bom processo reprodutivo, como o ácido fólico." Hoje, sabe-se que essa substância química, uma das vitaminas do complexo B, protege o feto contra uma série de más-formações e problemas neurológicos e cardíacos.
Com os tratamentos pré-reprodutivos, a auxiliar de dentista Daisy Fabiana Lanzoni Calixto, 26, poderia ter evitado o susto ao descobrir, com apenas um mês da primeira gravidez, que estava com toxoplasmose aguda. A doença, se transmitida ao feto, causa má-formação em vários órgãos e pode levar à morte. "Por sorte, os médicos conseguiram contornar a situação a tempo. Agora, o ácido fólico faz parte da minha dieta", diz ela.


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