RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma década atrás, o broto de bambu era encontrado em São Paulo somente em restaurantes de comida natural ou chinesa. Hoje, casas tão diferentes quanto o italiano Al Mirto (caldeirada de congrio rosa com broto de bambu crocante), o bar Maré Alta (salada de camarões thai) e o contemporâneo Chakras (ragu de peru grelhado com broto de bambu) se renderam ao sabor e aos nutrientes desse alimento.
Com poucas calorias e bom teor de fibras, cálcio, fósforo e vitaminas B1, B2 e C, os brotos de bambu são muito apreciados no Oriente, onde compõem receitas tradicionais. Para a medicina chinesa, seu consumo regular facilita a digestão e previne doenças cardiovasculares, além de ajudar a manter a pressão sangüínea normal, graças à presença de antioxidantes.
Os brotos costumam ser extraídos do bambu ao alcançarem de 30 cm a 50 cm de altura, antes de completarem duas semanas de vida. De acordo com o Ibama, existem mais de 1.200 espécies da planta, que cresce naturalmente em todos os continentes, com exceção da Europa. O Brasil possui grande variedade de bambus nativos, mas espécies asiáticas trazidas por colonizadores portugueses e imigrantes japoneses são as mais valorizadas.
O sabor do broto varia de acordo com a espécie, assim como a forma, a cor e a textura, mas guarda semelhanças com o aspargo e o palmito, inclusive por sua consistência. Assim como esses vegetais, é vendido fresco ou em conserva.
Para atenuar seu sabor levemente amargo, a produtora Raquel Chi, de Mogi das Cruzes, tem uma recomendação. "É necessário fervê-lo por cerca de dez minutos antes de comer. Se adicionar vinagre à água, fica mais mole e mais gostoso."
Os brotos que não forem consumidos logo podem ser conservados em um vidro com água, vinagre e sal ou até mesmo no freezer. Depois, é só empregá-los em saladas e sopas ou servi-los simplesmente refogados ou fritos. Como uma típica descendente de chineses, Raquel Chi gosta de adicioná-los ao frango xadrez ou servi-los com outros vegetais.


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