CRISTINA CAROLA
DA REPORTAGEM LOCAL

Você já se sentiu perdido quando precisou de um médico especialista? "As pessoas acabam tirando conclusões precipitadas: "Esse médico deve ser bom porque tem consultório num lugar legal, esse outro não, porque não atende em tal hospital'", diz o aluno quartanista da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) Ricardo Martins, de 22 anos.
Com o objetivo de auxiliar o paciente na tarefa de encontrar o melhor especialista para o seu caso, Martins criou a AlsoMedic, empresa definida por ele como uma agência de consultas particulares.
Um serviço pioneiro em São Paulo, que trabalha com profissionais de primeiro time e os indica sem nenhum custo para o paciente. Quem paga são os médicos associados. Saiba, abaixo, como o serviço funciona.
 

Folha - Qual a proposta da AlsoMedic?
Rodrigo Martins - É oferecer acesso rápido e seguro ao que há de melhor na medicina de São Paulo.

Folha - Como surgiu a idéia de formar essa agência de consultas?
Martins - Eu mesmo, como usuário, sentia dificuldade de encontrar uma referência em medicina avançada. Hoje, se você quiser comprar roupa, você sabe onde vai encontrar as melhores da cidade. Na medicina, não havia um lugar que centralizasse a marcação de consultas com excelentes médicos.

Folha - Como funcionam os serviços da sua empresa?
Martins - A missão da AlsoMedic não é só ser uma lista dos melhores médicos de São Paulo. São três grandes tarefas: selecionar os médicos, facilitar o acesso do público a eles, privilegiando a marcação de consultas, e aprimorar a relação de atendimento. Apesar de alguns médicos do grupo terem lista de espera para dois meses, a meta da empresa é encaixar o cliente em, no máximo, cinco dias úteis, pois a agência tem na agenda do médico um espaço reservado para os clientes. Marcada a consulta, a empresa acompanha o processo até o final à distância. A gente liga para o paciente e confirma a consulta, verifica se no dia as consultas estão atrasadas e vê se ele precisa de transporte. O leva-e-traz é o único serviço que tem custo, R$ 100. Depois a equipe faz a pós-consulta, para saber se o cliente ficou com dúvidas e se precisa de ajuda para marcar os exames. Além disso, temos o serviço anjo da guarda. Às vezes, o paciente tem de operar, e a gente tenta desburocratizar o processo para ele, vendo, por exemplo, qual hospital a rede credenciada dele aceita.

Folha - E como a AlsoMedic escolhe esses profissionais?
Martins - Vários médicos de vários hospitais e centros universitários são ouvidos para descobrir quem, em uma determinada especialidade, é tido como referência ou revelação entre eles. Depois, é aplicado um escore, que avalia consultório, disponibilidade, atendimento. São inúmeros fatores que servem para a gente avaliar se a premissa básica desse médico vai ser cumprida, ou seja, atender bem. Não importa que ele tenha inúmeras qualidades se não atende bem.

Folha - Quantos médicos compõem seu quadro?
Martins - Atualmente, a gente já tem cerca de 50 médicos, um por especialidade. Nosso primeiro livro traz a relação deles. No próximo, vamos dar mais opções aos clientes, pelo menos dois ou três de cada especialidade.

Folha - Como a AlsoMedic se mantém?
Martins - Os médicos pagam uma taxa para participar.

Folha - A empresa atende quem tem convênio?
Martins - Nosso foco aqui é o atendimento particular, mas, se alguém precisar de uma informação sobre o Hospital das Clínicas (HC), por exemplo, vai ter. É o caso de uma paciente que ligou para a central procurando um especialista em transplante de pulmão, mas não existe serviço particular que faça esse transplante, então indicamos o HC. No futuro, a gente quer fazer algo na mesma linha para quem tem convênio. Na prática, liga muita gente que tem convênio e quer pagar uma consulta particular para resolver seu problema. A pessoa está cansada de ouvir opiniões divergentes e ser tratada de uma maneira que ela não acha ideal.

Folha - Como a sua agência pretende melhorar a relação médico-paciente?
Martins - Em primeiro lugar, o paciente sabe quem é o médico. Se o médico está na AlsoMedic, ele atende de forma diferenciada, mais humana. Até hoje era o médico, o paciente e só. Agora, é ele, o médico e a AlsoMedic para não deixar que nenhum ponto passe desapercebido.

Folha - E se, no final do processo, o paciente fica insatisfeito?
Martins - A gente tenta recolocá-lo em outra consulta gratuitamente. Mas não dá para garantir ao paciente que vai dar tudo certo, porque na medicina não existe isso. Apesar de todo o esforço em triar médicos que a gente julga excelentes e fazer um atendimento complementar, não dá para garantir que, se você for a um médico da AlsoMedic, você será curado. O que dá para garantir é que você terá o melhor atendimento de São Paulo.