São Paulo, quinta-feira, 03 de agosto de 2000
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Viver no hospital

Marcelo Barabani/Folha Imagem
Marlene Maia toca piano no Hospital Santa Catarina


A pianista Marlene Maia sabe melhor do que ninguém que o hospital não é um ambiente acolhedor. Além de acompanhar o marido em internações sucessivas ao longo de 20 anos, ela também passou por uma cirurgia que a obrigou a ficar no hospital por mais de uma semana. Atualmente, ela gasta parte de seu tempo livre trabalhando como pianista voluntária no Hospital Santa Catarina (SP). "É uma forma de tranquilizar as pessoas que passam por lá." Pacientes, acompanhantes e funcionários do hospital descem ao saguão para apreciar o som do piano toda a vez que Marlene toca.
Depois de uma semana no Copa D'Or (RJ), o antropólogo Roberto da Matta, abandonou a má impressão que tinha dos hospitais. "Eu até brincava com o pessoal que só faltava um "happy hour" e uma boate", diz ele, que ficou no Copa D"Oro para acompanhar a mulher.
Enquanto Pedro Miguel dorme tranquilo no berçário, seu pai, o engenheiro Hildebrando da Silva Gomes, observa o bebê atrás do vidro sentado em uma mesa de bar, bebendo e comemorando o nascimento do segundo filho com amigos. A cena é muito comum na maternidade do hospital São Luiz. Quem vai visitar o bebê costuma dar uma passadinha pelo piano-bar, que fica em frente ao berçário. "O ambiente parece de um hotel, o que é bom porque os pais como eu não ficam deslocados."
A direção da maternidade comemora hoje o sucesso do ambiente moderninho, que existe desde a criação do São Luiz, em 83. "A maternidade foi construída com base em uma pesquisa que mostrou que as parturientes não gostavam do cheiro, da falta de lugar para caminhar e da frieza dos demais hospitais", conta Ruy Marco Antonio, diretor superintendente do São Luiz.


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