São Paulo, quinta-feira, 04 de março de 2010
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Relaxamento radical

Tipo de ioga que busca relaxamento profundo usa menos exercícios do que as modalidades tradicionais


[...] O OBJETIVO É ATINGIR UM ESTADO DE CONSCIÊNCIA PARECIDO COM A FASE ENTRE A VIGÍLIA E O SONO

IARA BIDERMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nada de posições espetaculares, ficar de cabeça para baixo ou enormes estiramentos dos músculos. Na técnica da ioga nidra, o corpo quase não se mexe. O objetivo é atingir um relaxamento profundo e um estado de consciência semelhante à fase em que a pessoa está entre a vigília e o sono.
Segundo Anderson Allegro, diretor da escola Aruna Yoga, em São Paulo, a técnica favorece a reeducação do sono, além de desenvolver a concentração e estimular a criatividade.
Allegro conta que o método é baseado em um ritual do tantra (ramo da filosofia hindu). Nos anos 1960, o mestre de ioga Swami Satyananda Saraswati simplificou e sistematizou esses rituais em uma técnica que pode ser praticada por qualquer pessoa.
Enquanto em uma aula normal o relaxamento dura 15 minutos, na ioga nidra só os dez minutos iniciais são dedicados a alguns exercícios -mesmo assim, suaves e simples.
Após esse preâmbulo, o aluno passa o resto da aula deitado de costas no chão. "O importante é ficar confortável e permanecer imóvel", diz Allegro.
Nessa posição, o aluno começa a interiorizar a atenção. A fase seguinte é a mentalização de uma intenção -que característica cada aluno quer trabalhar durante a aula. Chamada em sânscrito de "sankalpa", essa resolução interior é definida em uma frase, por exemplo, "consigo manter a calma". Segundo Allegro, as frases são sempre afirmativas e curtas.
"Podemos chamar de "slogan do iogue'", brinca. Normalmente, sugere-se aos iniciantes usar um "sankalpa" básico: "Sou totalmente saudável".
A frase é repetida mentalmente e, em seguida, começa a parte mais característica da ioga nidra, a rotação sistemática da consciência pelas partes do corpo. Como nas técnicas de relaxamento induzido, o instrutor vai orientando o aluno a pensar em cada parte do corpo.
A diferença é que a atenção se foca rapidamente em cada parte, e o instrutor vai indicando áreas muito específicas, como o dedão da mão.
Depois, a atenção é dirigida à respiração. Não são feitos os exercícios típicos de respiração da ioga, os "pranayamas", mas o aluno se concentra nas partes do corpo por onde o ar passa.
Antes do fim, alguns momentos são dedicados à visualização de imagens -em geral, as típicas imagens relaxantes, como um lago de águas calmas.
O aluno então é trazido aos poucos de volta ao "mundo exterior". Começa a prestar atenção nos sons à sua volta, no corpo no chão e a fazer pequenos movimentos, antes de se levantar lentamente. E profundamente relaxado.


Onde praticar

Aruna Yoga
r. Eça de Queiroz, 711, Paraíso, São Paulo;
tel. 0/xx/11/5579-5975
www.arunayoga.com.br


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