São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2008
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INGREDIENTE

Capim-santo tem muitos usos na medicina popular

RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O aroma do capim-santo é inconfundível, podendo ser identificado a centenas de quilômetros das plantações -em potes de cosméticos, vidros de perfumes e xícaras de chá. Mesmo assim, se o nome popular do Cymbopogon citratus não despertar lembranças olfativas imediatas, basta lembrar outro de seus apelidos: capim-limão. Pois é o cheiro do limão que ele evoca, a uma potência ainda mais elevada.
Chamada também de capim-cidreira, capim-cheiroso e capim-de-cheiro, dependendo da região do país, essa planta nativa da Índia só não deve ser tomada por erva-cidreira. "Como o princípio ativo é parecido, tem aroma bem próximo e o mesmo efeito calmante, as pessoas acabam confundindo uma planta com a outra", afirma Eliane Fabri, pesquisadora do Centro de Horticultura e Plantas Medicinais do Instituto Agronômico.
De acordo com o engenheiro químico Wanderley Pereira de Oliveira, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, da USP, suas folhas são largamente utilizadas na medicina popular. "Vários atributos do capim-limão foram comprovados em experimentos científicos, citando-se entre estes as ações antimicrobiana, analgésica, inseticida. Também previne a cárie dental e é fonte de vitamina A", diz. Atualmente, é mais usado como aromatizante de alimentos, bebidas e produtos de higiene bucal.
Embora a cultura do capim-santo seja mundialmente estudada, no Brasil pouco se sabe sobre seu manejo agronômico, principalmente no que se refere a tratos culturais, época de colheita e tratamento pós-colheita. Segundo Oliveira, para viabilizar o cultivo da planta, é preciso estudar técnicas culturais relacionadas a arranjo espacial, idade de colheita e altura de corte, tarefa que vem sendo desenvolvida em vários centros de pesquisas brasileiros.
O óleo essencial do capim é extraído por um método conhecido como "arraste de vapor". Primeiramente, as folhas são colocadas em um recipiente e passam a receber vapor d'água constantemente. Ao passar pelas folhas, o vapor leva junto o óleo essencial, separado da água em ebulição por condensação.
O restaurante asiático Tiger, de São Paulo, utiliza essa planta em alguns coquetéis e em um dos pratos mais pedidos da casa, cuja receita pode ser conferida ao lado.


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