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INGREDIENTE
Capim-santo tem muitos usos na medicina popular
RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O
aroma do capim-santo é inconfundível,
podendo ser identificado a centenas de
quilômetros das plantações
-em potes de cosméticos, vidros de perfumes e xícaras de
chá. Mesmo assim, se o nome
popular do Cymbopogon citratus não despertar lembranças
olfativas imediatas, basta lembrar outro de seus apelidos: capim-limão. Pois é o cheiro do
limão que ele evoca, a uma potência ainda mais elevada.
Chamada também de capim-cidreira, capim-cheiroso e capim-de-cheiro, dependendo da
região do país, essa planta nativa da Índia só não deve ser tomada por erva-cidreira. "Como
o princípio ativo é parecido,
tem aroma bem próximo e o
mesmo efeito calmante, as pessoas acabam confundindo uma
planta com a outra", afirma
Eliane Fabri, pesquisadora do
Centro de Horticultura e Plantas Medicinais do Instituto
Agronômico.
De acordo com o engenheiro
químico Wanderley Pereira de
Oliveira, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas
de Ribeirão Preto, da USP, suas
folhas são largamente utilizadas na medicina popular. "Vários atributos do capim-limão
foram comprovados em experimentos científicos, citando-se entre estes as ações antimicrobiana, analgésica, inseticida. Também previne a cárie
dental e é fonte de vitamina A",
diz. Atualmente, é mais usado
como aromatizante de alimentos, bebidas e produtos de higiene bucal.
Embora a cultura do capim-santo seja mundialmente estudada, no Brasil pouco se sabe
sobre seu manejo agronômico,
principalmente no que se refere a tratos culturais, época de
colheita e tratamento pós-colheita. Segundo Oliveira, para
viabilizar o cultivo da planta, é
preciso estudar técnicas culturais relacionadas a arranjo espacial, idade de colheita e altura de corte, tarefa que vem sendo desenvolvida em vários centros de pesquisas brasileiros.
O óleo essencial do capim é
extraído por um método conhecido como "arraste de vapor". Primeiramente, as folhas
são colocadas em um recipiente e passam a receber vapor
d'água constantemente. Ao
passar pelas folhas, o vapor leva junto o óleo essencial, separado da água em ebulição por
condensação.
O restaurante asiático Tiger,
de São Paulo, utiliza essa planta em alguns coquetéis e em
um dos pratos mais pedidos da
casa, cuja receita pode ser conferida ao lado.
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