Mulheres que costumam "pegar pesado" nos exercícios físicos correm o risco de desenvolver a tríade da mulher atleta, síndrome em que, por causa dos excessos cometidos na academia, a praticante contumaz pode desenvolver três doenças ao mesmo tempo: osteoporose, distúrbios alimentares e amenorréia, que é a interrupção do ciclo menstrual.
Distúrbio que afeta uma em cada quatro ginastas do planeta -mas apenas de 3% a 5% das freqüentadoras de academia-, a tríade foi estudada, no ano passado, pelo Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte (Cemaf), da Unifesp (Universidade de São Paulo). Foi constatado que o problema não é o volume de exercícios que a mulher faz, mas sua intensidade. "Dessa maneira, é mais prejudicial se exercitar três vezes por semana exageradamente do que diariamente em doses menores", diz o especialista em medicina esportiva Turíbio Leite de Barros Neto, coordenador do Cemaf.
Segundo ele, os baixos níveis de gordura no corpo feminino são os responsáveis pela interrupção menstrual, porque o organismo da mulher passa a ter dificuldade em sintetizar os hormônios femininos, principalmente o estrógeno, diz Barros, ocasionando a amenorréia. "O ideal é que a mulher tenha 10% de gordura corpórea a mais do que o homem, isto é, elas não devem ter menos de 15% de gordura no corpo."
Além dos distúrbios alimentares como anorexia e bulimia, a dificuldade de sintetização do estrógeno também limita a deposição de cálcio nos ossos, ocasionando a osteoporose.
Apenas um mês de exercícios pesados já é suficiente para que a alteração menstrual ocorra. "Mas, felizmente, com a diminuição da intensidade de exercícios, é possível regredir a tríade."
Para saber a intensidade ideal de exercícios, Barros orienta: "O limite é saber se o exercício proporciona bem-estar ou desconforto físico", este último é o indicador de que a praticante está encaminhando para a tríade da mulher atleta.


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