São Paulo, quinta-feira, 05 de setembro de 2002
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poucas e boas

Novo medicamento combate hepatite C

GABRIELA SCHEINBERG
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Um novo remédio para hepatite C passará a ser distribuído gratuitamente pelo governo brasileiro a partir deste mês. O interferon peguilado é indicado principalmente para os pacientes que não reagem bem ao tratamento tradicional.
Até agora, os portadores do vírus da hepatite C eram tratados com duas drogas simultaneamente: a ribavirina e o interferon. "O interferon combate a multiplicação do vírus", explica Fernando Gonçalves Júnior, professor de moléstias infecciosas da Unicamp. O peguilado é uma variação do interferon convencional. A principal vantagem dessa nova droga é que ela se mantém ativa no organismo por mais tempo, por isso precisa ser administrada apenas uma vez por semana. Já o interferon convencional deve ser aplicado dia sim, dia não.
O interferon peguilado, também usado em conjunto com a ribavirina, é mais eficaz que o convencional. Cerca de 40% dos pacientes submetidos ao tratamento tradicional conseguem reduzir a presença do vírus no sangue a níveis indetectáveis -é a chamada cura virológica. Com o interferon peguilado, esse resultado é obtido em 55% a 60% dos casos. "Se o tratamento pára e o paciente continua com o nível indetectável durante seis meses, o risco de o vírus voltar é mínimo", diz o médico.
No entanto há pacientes que, após interromper o tratamento, voltam a ter níveis altos de vírus no corpo. Há também portadores que simplesmente não respondem ao tratamento. Resultados preliminares de um estudo com 140 brasileiros indicam que o novo interferon pode ajudar justamente esses pacientes.
Entre aqueles que não responderam ao tratamento convencional, 58% alcançaram a cura virológica após três meses de uso do interferon peguilado. Já entre os pacientes que apresentaram recaída com o tratamento convencional, 80% reduziram a presença do vírus a níveis indetectáveis após três meses.
Causada pelo vírus HCV, a hepatite C é transmitida principalmente através do sangue e afeta cerca de 3 milhões de brasileiros. Se não for tratada corretamente, a doença pode evoluir para cirrose ou câncer de fígado.

Meninos versus meninas Em uma competição, os garotos contentam-se em dar o melhor de si apenas para atingir o objetivo proposto. Já as garotas somente se esforçam quando sabem que serão premiadas. Essa diferença de comportamento foi observada por pesquisadores da Universidade McGill (Canadá), que analisaram 160 crianças de cinco a seis anos e de nove a dez anos.

Proteção questionada Capas para colchão que reduzem o contato com ácaros e seus detritos não beneficiam adultos com asma crônica, sugere estudo da Universidade de Utrecht (Holanda). Após um ano dormindo em colchões com capa, os voluntários analisados não apresentaram redução das crises e do uso de remédios em comparação com aqueles que não utilizam esse acessório.

Bê-á-bá da reprodução O especialista em reprodução humana Arnaldo Schizzi Cambiaghi acaba de lançar "Fertilização -Um Ato de Amor" (233 págs., R$ 25, ed. Edicon, tel. 0/xx/11/3255-1002). O livro explica, em linguagem simples, as principais causas da infertilidade masculina e feminina e também os vários métodos de reprodução assistida.

Fumante passivo e coração Um novo estudo reforça a necessidade de manter os não-fumantes a salvo da fumaça. O risco de ter problemas cardíacos chega a ser 47% maior entre os fumantes passivos que são expostos ocasionalmente a fumaça de cigarro, segundo pesquisadores da Universidade de Atenas (Grécia).

Casamento infeliz Casar com um "machão" pode ser uma má idéia. Segundo estudo da Universidade de Notre Dame (EUA), mulheres que são casadas com homens com muitos traços do estereótipo masculino -dificuldade de lidar com sentimentos, dedicação maior ao trabalho que à família, necessidade de obter sucesso e poder etc.- tendem a se sentir mais infelizes e insatisfeitas.


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