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Sinto o cheiro das meninas do corredor
"Sempre que saio do
elevador do meu
prédio, antes mesmo de
abrir a porta do apartamento, eu sinto um cheiro certo. O cheirinho das
minhas filhas. O mesmo
que elas têm desde que
eram bebês."
A declaração vem de
uma especialista em perfumes, a farmacêutica
Luciana Knobel, 34, que
trabalha há 11 anos com
criação de fragrâncias.
O olfato já sensível de
Luciana ficou ainda mais
aguçado quando ela engravidou da primeira filha, Carolina, hoje com
seis anos. Na época, até o
cheiro do xampu lhe dava
enjôos. O paladar seguiu
a mesma linha, e ela riscou vários alimentos do
cardápio.
Depois que Carolina
nasceu, aquela hipersensibilidade diminuiu
-mas não totalmente. E
ela, que era viciada em café puro, até hoje só consegue tomar café misturado
com leite, para que o
cheiro e o sabor se tornem mais suaves.
A chegada das filhas
também foi acompanhada de um salto na carreira
de Luciana. Nos últimos
seis anos, ela foi chamada
por uma das empresas líderes na produção de fragrâncias no mundo para
ocupar a gerência de perfumaria fina na América
Latina, aprendeu espanhol e, recentemente,
concluiu um curso sobre
liderança. Agora, quer começar a estudar francês.
"Minhas filhas são minha prioridade, mas
quem não seguir o ritmo
no trabalho está fadado a
ser descartado. Por isso,
tento equilibrar sempre
as duas coisas", afirma a
farmacêutica.
(AL e FM)
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