São Paulo, quinta-feira, 07 de setembro de 2000
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Aposentadoria para o tênis

A inclusão das aulas alternativas na grade horária das academias atraiu uma nova leva de alunos que até no visual destoa dos "sarados" que durante anos ditaram a moda nas academias. Sem sapato, com calças largas parecidas com as de capoeira ou bermudões de surfista, eles dificilmente serão vistos com bermudas e tops colados de lycra ou shorts de tactel. Tênis, só da sala para fora e olhe lá. Muitos aposentaram de vez o calçado oficial e já chegam à academia de chinelo.
"As pessoas que frequentam essas aulas são totalmente diferentes do resto dos alunos: a conversa, as perguntas que eles fazem, o comportamento fora da aula, o jeito de vestir, tudo é diferente. Eles nunca chegam correndo e quase sempre usam roupas folgadas", diz Almeris Armiliato, diretor técnico da Bio Ritmo Academia.
Ao contrário do resto dos alunos, eles passam pouco tempo na academia. Geralmente, vão embora assim que a aula acaba e não passar nem mesmo pela lanchonete para repor energias com isotônicos, guaraná da Amazônia ou barras energéticas de cereal.
Além do visual dos alunos, a decoração das salas zen também foge do padrão malhação. As luzes estão quase sempre desligadas, a música sai das caixas de som com vários decibéis a menos e é, invariavelmente, new age. Em vez dos pesos e steps, bastões de bambu, bolas de tênis e aquatubos (macarrões usados na hidroginástica) servem de acessórios para os exercícios de ginástica postural e alongamento consciente. Nas aulas de ioga e tai-chi, vale até colocar incenso na sala para ajudar os alunos a entrar no clima meditativo.
Algumas academias chegaram a mudar a avaliação física para deixar os novos frequentadores mais à vontade, já que a maioria chega fora de forma e sem dar muita importância a detalhes como índice de gordura corporal e frequência cardíaca máxima. "Não fazemos mais a composição corporal no primeiro dia porque aquela história de ficar de biquíni para medir as dobras cutâneas assustava muita gente. O aluno passa só por avaliação médica e fica liberado para as aulas. Só depois, quando já estiver ambientado à academia, é que vai fazer o teste físico", explica Armiliato.


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