São Paulo, terça-feira, 07 de dezembro de 2010
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Bendito é o fruto entre as mulheres

Não sou sedentário, longe disso. Puxo ferro, jogo vôlei etc. Não pense que sou mole.
Por uns dias, investi em opções mais procuradas pela mulherada. Comecei com aula particular de pilates.
Ficar em certas posições na frente do instrutor não foi confortável, mas tudo pode piorar. Piorou quando ele pediu para eu dar uns pulinhos na horizontal, em um aparelho especial.
Sobrevivi, fácil. Saí de lá e fui à minha academia fazer musculação "de verdade".
No dia seguinte, resolvi pegar mais pesado. Entre as aulas preferidas das meninas, me indicaram "local carioca" e "glúteo class". Sei que é preconceito, mas fazer uma atividade chamada "glúteo class" dá vergonha. Fiquei com a "local carioca", que trabalha pernas e glúteos, com caneleiras e barras.
Meu medo era que os frequentadores da academia ficassem tirando sarro de mim. O outro representante masculino naquela aula, um habituê, se postou no melhor lugar da sala: ao lado de um pilar, bem camuflado.
Mas logo esqueci a plateia porque tive de pedir arrego e abrir mão das caneleiras para poder ir até o fim -enquanto as minhas colegas de tortura aguentavam tudo numa boa. Só no final explicaram: a tal "local carioca" tem mesmo muita carga, é a marca da ginástica das saradas.
No outro dia, testei o "kettlebell", aula que usa uma bola de ferro com uma alça. Lembra uma chaleira. Foi o mais interessante dos exercícios, o mais "macho alfa", apesar da coreografia, que remete a aulas de aeróbica.
Os músculos são bastante exigidos na aula. Constrangedor é seguir os passos do instrutor no suingue.
Com o objeto no meio das pernas, você contrai glúteos num movimento de vaivém, mandando a chaleirinha para cima e para baixo. Pode ser classificado de sexy, para não dizer pornográfico. Ou humilhante.
Fico devendo o relato da "glúteo class". Essa experiência -e o corpo do momento- vão ter de ficar para a próxima temporada.
(RAFAEL BALSEMÃO)


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