São Paulo, quinta-feira, 08 de abril de 2010
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todas as mulheres são iguais?

"Isso me atrapalha, porque lido com equipe"
A administradora de empresas Cristiane Aparecida da Conceição, 24, está no grupo das mulheres que sofrem a TPM clássica: os sintomas aparecem de quatro a sete dias antes do início do ciclo e ficam até o final -mas não chegam a afetar a qualidade de vida da pessoa.
Ela diz que nunca precisou procurar um médico, mas admite ficar mais sensível no período que antecede a menstruação.
Durante esses dias, Cristiane diz que discute mais com o noivo e enfrenta desentendimentos no trabalho. "Acontece de eu dar uma resposta atravessada para alguém e isso me atrapalha, porque trabalho com uma equipe. Estou aprendendo a lidar com os sintomas aos poucos", diz.
Ela não toma remédios nem faz exercícios. A acupuntura -que iniciou por causa de dores na coluna -parece estar minimizando também os sintomas da TPM. "Estou menos ansiosa."

"Quem tem TPM é meu namorado"
A bancária Shyrley Pessoa Duarte, 36, vive em um universo paralelo, ao menos para quem já se habituou a sofrer com a TPM: "Nunca tive, graças a Deus." Na adolescência, quando o ciclo ainda era irregular, a menstruação vinha sem ela perceber. "Tem mulheres que ficam indignadas comigo. Então é uma coisa que nem comento muito."
A maior vantagem para a bancária é passar o mês inteiro sem oscilações de humor que possam prejudicar seu desempenho no trabalho. "Até pouco tempo, eu lidava diretamente com o público. Para isso, é importante ter estabilidade emocional", diz Shyrley. "As minhas colegas tentam se manter tranquilas em frente aos clientes, mas depois acabam explodindo", conta.
Mesmo assim, a bancária não está totalmente livre de oscilações emocionais. "Quem tem TPM é o meu namorado, ele é que muda de humor."

"Um copo fora do lugar já é motivo de briga"
A secretária Rosane Coimbra, 44, conviveu com os sintomas da TPM por anos antes de procurar ajuda médica e descobrir que estava beirando a síndrome disfórica -tipo mais grave da tensão pré-menstrual.
Os sintomas começaram aos 38 anos. Rosane vivia crises de choro que duravam horas e momentos de fúria e irritação. "Se alguém deixava o copo em qualquer lugar em vez de levar para a cozinha era motivo para eu brigar", diz.
"Cheguei a procurar um psiquiatra por achar que meu filho adolescente era o responsável por minhas crises. Logo na primeira consulta, o psiquiatra disse: 'O problema não está no seu filho, está em você'", conta.
Depois disso, ela iniciou um tratamento radical, com anticoncepcional e antidepressivo (para regular os hormônios). Mudou a alimentação e começou a caminhar nos fins de semana.


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