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todas as mulheres são iguais?
"Isso me atrapalha, porque lido com equipe"
A administradora de empresas Cristiane Aparecida da Conceição, 24, está no
grupo das mulheres que sofrem a TPM clássica: os sintomas aparecem de quatro
a sete dias antes do início do ciclo e ficam até o final -mas não chegam a afetar a qualidade de vida da pessoa.
Ela diz que nunca precisou procurar um médico, mas admite ficar mais sensível
no período que antecede a menstruação.
Durante esses dias, Cristiane diz que discute mais com o noivo e enfrenta
desentendimentos no trabalho. "Acontece de eu dar uma resposta atravessada
para alguém e isso me atrapalha, porque trabalho com uma equipe. Estou
aprendendo a lidar com os sintomas aos poucos", diz.
Ela não toma remédios nem faz exercícios. A acupuntura -que iniciou por causa
de dores na coluna -parece estar minimizando também os sintomas da TPM.
"Estou menos ansiosa."
"Quem tem TPM é meu namorado"
A bancária Shyrley Pessoa Duarte, 36, vive em um universo paralelo, ao menos
para quem já se habituou a sofrer com a TPM: "Nunca tive, graças a Deus."
Na adolescência, quando o ciclo ainda era irregular, a menstruação vinha sem
ela perceber. "Tem mulheres que ficam indignadas comigo. Então é uma coisa
que nem comento muito."
A maior vantagem para a bancária é passar o mês inteiro sem oscilações de
humor que possam prejudicar seu desempenho no trabalho. "Até pouco tempo,
eu lidava diretamente com o público. Para isso, é importante ter estabilidade
emocional", diz Shyrley. "As minhas colegas tentam se manter tranquilas em
frente aos clientes, mas depois acabam explodindo", conta.
Mesmo assim, a bancária não está totalmente livre de oscilações emocionais.
"Quem tem TPM é o meu namorado, ele é que muda de humor."
"Um copo fora do lugar já é motivo de briga"
A secretária Rosane Coimbra, 44, conviveu com os sintomas da TPM por anos
antes de procurar ajuda médica e descobrir que estava beirando a síndrome
disfórica -tipo mais grave da tensão pré-menstrual.
Os sintomas começaram aos 38 anos. Rosane vivia crises de choro que duravam
horas e momentos de fúria e irritação. "Se alguém deixava o copo em qualquer
lugar em vez de levar para a cozinha era motivo para eu brigar", diz.
"Cheguei a procurar um psiquiatra por achar que meu filho adolescente era o
responsável por minhas crises. Logo na primeira consulta, o psiquiatra disse: 'O problema não está no seu filho, está em você'", conta.
Depois disso, ela iniciou um tratamento radical, com anticoncepcional e
antidepressivo (para regular os hormônios). Mudou a alimentação e começou a
caminhar nos fins de semana.
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