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Professor particular de matemática é avô desse novo tipo de
instrutor, o qual investe em temáticas mais pessoais
Personal trainers dão aula de striptease a artes
Marcelo Barabani/Folha Imagem
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A gerente de banco Maria Estela contratou uma personal artist |
ANTONIO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
O que você pensa sobre uma instrutora sexual que pode dar dicas sobre a
melhor forma de tirar a roupa na hora da sedução? Ou um especialista
para escolher as peças de roupa que mais combinam com você? Seja para
ajudar a pôr ou a tirar a roupa, cresce hoje o número de profissionais -de
nutricionistas a professores de arte- que prestam consultorias personalizadas e ganham o título de "personal alguma coisa".
Tais profissionais são a versão moderna dos bons e velhos professores particulares de matemática, português ou música. A maior diferença é que levam um título em inglês e atuam em situações muito pessoais e íntimas. São eles: o personal
stylist, o personal artist, o personal coach,
o personal dieter, o personal physician e
o personal sex trainer (leia texto abaixo e
nas próximas duas páginas), além do já
manjado personal trainer, com atuação
voltada à atividade física.
"Um professor particular de idiomas,
por exemplo, vai ensinar algo que não é
possível aprender em família ou na sociedade. Mas saber qual roupa usar e quais
alimentos são os mais adequados para os
filhos é algo que se consegue no dia-a-dia", diz o psiquiatra Luiz Cuschnir.
Não que uma mãozinha de um personal dieter ou stylist não seja válida. O problema é quando essa busca pelo personal
indica a solidão em sociedade. "Essa busca existe porque falta o contato face a face; faltam a irmã mais velha que fala para
a mais nova sobre os jogos de sedução e o
vizinho que dá dicas sobre a viagem à Europa. A desconfiança entre as pessoas reforça isso", diz a psicanalista e colunista
da Folha Anna Veronica Mautner.
Um alerta para usufruir o serviço sem
perder o senso crítico: escapar da idéia de
que as coisas são obtidas num passe de
mágica. No caso, "a pessoa não procura
em si a solução para aquilo que almeja e
transfere a responsabilidade para o outro", diz o psicanalista Armando Colognese Junior.
(Colaborou Tatiana Aschcar)
"Essa busca existe porque
falta o contato face a face;
faltam a irmã mais velha que
fala para a mais nova sobre os
jogos de sedução e o vizinho
que dá dicas sobre a viagem à
Europa. A desconfiança
entre as pessoas reforça
isso"
Anna Veronica Mautner,
psicanalista e colunista da Folha
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