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Pesquisa diz que segunda opinião é mais aceita
Estimular uma segunda opinião favorece a relação
médico-paciente, é no que acredita a maioria dos 151
médicos que participaram da "1ª Pesquisa sobre
Bioética - Segunda Opinião", coordenada pelo cardiologista Max Grinberg, chefe do Comitê de Bioética do Incor (Instituto do Coração).
O estudo qualitativo, que deve ser publicado nos
próximos meses, foi realizado no Hospital das Clínicas (SP) com médicos com, pelo menos, 15 anos de
formados. "Com esse estudo estamos querendo determinar uma identidade bioética dos médicos do
HC/Incor", explica Grinberg, para quem os médicos
atualmente estão menos resistentes à segunda opinião, encarando-a de maneira mais positiva.
A maioria dos médicos entrevistados já solicitou
uma segunda opinião, revê o quadro clínico do paciente quando ela é divergente da sua e também não
se ofende quando o paciente verbaliza a intenção de
procurar outro médico (e nem quando o paciente
retorna à consulta com uma segunda opinião sem
antes ter avisado). "A segunda opinião expande os
limites da comunicação equipe-família, pois acrescenta mais médicos e mais interlocutores em nome
do paciente abalado", diz Grinberg.
A maioria dos profissionais acredita que o que
mais leva o paciente a procurar uma segunda opinião é a demonstração de insegurança do médico e
que o principal fator desencadeante surge quando o
tratamento não está dando certo.
De acordo com Grinberg, ainda que a consagração
do termo segunda opinião tenha se fortalecido com
base em uma iniciativa do paciente, os próprios médicos estimulam-no a procurar outro profissional.
Comentar os casos com colegas também é comum,
"mais formalmente, por um telefonema, ou informalmente, no corredor ou durante o cafezinho".
O importante, para Grinberg, é saber que "ter dúvidas sobre uma recomendação médica não é exatamente antagônico a ter confiança no seu médico e
que a pluralidade contribui para evitar negligências
e imprudências, duas graves infrações éticas".
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