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SAÚDE
Relax no laboratório
Teto estrelado, aparelhos mais amplos, aromaterapia e acupuntura ajudam pacientes a relaxar e a minimizar o desconforto na hora de exames
ANNA CAROLINA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A tomografia não é tão
assustadora com um
céu estrelado projetado no teto. A realização do exame pode ser menos
tensa também quando a sala
muda de cor para tornar o ambiente mais leve. E, se o exame
for mais demorado, como a ressonância magnética, o paciente
já pode assistir a DVDs em uma
televisão enquanto o realiza.
Para tornar os momentos de
espera e os exames menos estressantes, laboratórios têm investido em ambientes, técnicas
e equipamentos mais modernos para relaxar os pacientes.
É o caso da rede Lab D'or, no
Rio, que, depois de descobrir,
em uma pesquisa, que 30% de
seus clientes sentiam muito
desconforto na realização da
tomografia, por causa da sensação claustrofóbica, adquiriu
um aparelho que não fecha
completamente.
O Fleury, em São Paulo, também tem investido em novos
equipamentos. Um deles é um
aparelho para realizar o exame de densiometria óssea para
pessoas com mais de 120 quilos, mais espaçoso que os outros. Já na rede Delboni o tubo
do aparelho de ressonância é
mais largo e mais curto.
Na mesma rede, o paciente
pode escolher músicas para ouvir ou o DVD de algum show
para assistir enquanto faz o
exame. No Lavoisier, que também tem a sala com o teto estrelado, o paciente ganha fones
de ouvido para ouvir músicas
durante os exames.
Espera
Antes de encarar as máquinas, os pacientes podem esperar em ambientes mais acolhedores. Em uma das unidades do
Fleury, eles são convidados por
uma "hostess" a conhecer o
ambiente, que abriga exposições sobre cuidados com a saúde e uma sala de espera especial, com livros e CDs. Ambiente de laboratório, mesmo, só na
hora de realizar o exame.
Recepcionista de uma das
unidades há seis meses, Sílvia
Maria Coimbra Silva diz que,
em geral, os pacientes ficam
mais nervosos antes de exames
mais invasivos, como biópsias e
punções. "Ao receberem os resultados dos exames, alguns ficam estressados, e é nessa hora
que procuramos transmitir
amor e carinho para que possam sair mais tranquilos", diz.
Já em uma das unidades do
Delboni, a diferença está literalmente no ar: o laboratório
está testando uma sala de espera aromatizada. Um aroma de
chá-verde com camomila é borrifado de dois em dois minutos.
A rede, que é uma das que investiram nas salas com iluminação diferente, tem também
espaços personalizados para o
atendimento infantil e uma
unidade especial para o atendimento da mulher.
Gestor da rede, Daniel
Coldry diz que o investimento
em diferenciais que proporcionam conforto ao paciente representam um custo a mais para os laboratórios, mas compensam. "Ninguém quer estar
em um laboratório. Então, a
primeira coisa que você tem
que fazer é com que se espere
pouco. Depois, se o exame é
longo, que seja confortável."
Acupuntura pré-biopsia
No Hospital Santa Catarina,
em São Paulo, o radiologista intervencionista Chiang Jeng
Tyng, que usa a acupuntura há
mais de 30 anos para anestesiar
e relaxar seus pacientes, está
aplicando a técnica durante as
biopsias que realiza. Segundo
ele, as aplicações, feitas nas
mãos ou nos pés, ajudam o paciente a ficar mais tranquilo e a
sentir menos dor.
"É um exame em que, geralmente, as pessoas estão muito
estressadas por causa do resultado que podem receber. A acupuntura deixa o paciente mais
relaxado e torna o exame mais
fácil", diz o médico.
A gerente comercial Maria
José La Corte, 55, foi uma das
pacientes atendidas por ele. Ela
diz que é bastante calma e classifica a tomografia, que alguns
pacientes definem como insuportável, apenas como "desconfortável". Porém, é bastante
sensível à dor e acredita que as
agulhadas durante o exame
ajudaram a potencializar o efeito da anestesia.
Já a secretária Natália Freitas, 45, ficou morrendo de medo quando soube que teria de
fazer o exame, tanto que o
adiou por duas semanas.
"Quando cheguei para fazer o
exame, estava nervosa e o doutor ofereceu a acupuntura. A
gente fica meio descrente, né?
Mas aquilo foi uma novidade
que me tranquilizou", afirma.
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