São Paulo, quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
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SAÚDE

Relax no laboratório

Teto estrelado, aparelhos mais amplos, aromaterapia e acupuntura ajudam pacientes a relaxar e a minimizar o desconforto na hora de exames

ANNA CAROLINA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A tomografia não é tão assustadora com um céu estrelado projetado no teto. A realização do exame pode ser menos tensa também quando a sala muda de cor para tornar o ambiente mais leve. E, se o exame for mais demorado, como a ressonância magnética, o paciente já pode assistir a DVDs em uma televisão enquanto o realiza.
Para tornar os momentos de espera e os exames menos estressantes, laboratórios têm investido em ambientes, técnicas e equipamentos mais modernos para relaxar os pacientes.
É o caso da rede Lab D'or, no Rio, que, depois de descobrir, em uma pesquisa, que 30% de seus clientes sentiam muito desconforto na realização da tomografia, por causa da sensação claustrofóbica, adquiriu um aparelho que não fecha completamente.
O Fleury, em São Paulo, também tem investido em novos equipamentos. Um deles é um aparelho para realizar o exame de densiometria óssea para pessoas com mais de 120 quilos, mais espaçoso que os outros. Já na rede Delboni o tubo do aparelho de ressonância é mais largo e mais curto.
Na mesma rede, o paciente pode escolher músicas para ouvir ou o DVD de algum show para assistir enquanto faz o exame. No Lavoisier, que também tem a sala com o teto estrelado, o paciente ganha fones de ouvido para ouvir músicas durante os exames.

Espera
Antes de encarar as máquinas, os pacientes podem esperar em ambientes mais acolhedores. Em uma das unidades do Fleury, eles são convidados por uma "hostess" a conhecer o ambiente, que abriga exposições sobre cuidados com a saúde e uma sala de espera especial, com livros e CDs. Ambiente de laboratório, mesmo, só na hora de realizar o exame.
Recepcionista de uma das unidades há seis meses, Sílvia Maria Coimbra Silva diz que, em geral, os pacientes ficam mais nervosos antes de exames mais invasivos, como biópsias e punções. "Ao receberem os resultados dos exames, alguns ficam estressados, e é nessa hora que procuramos transmitir amor e carinho para que possam sair mais tranquilos", diz.
Já em uma das unidades do Delboni, a diferença está literalmente no ar: o laboratório está testando uma sala de espera aromatizada. Um aroma de chá-verde com camomila é borrifado de dois em dois minutos.
A rede, que é uma das que investiram nas salas com iluminação diferente, tem também espaços personalizados para o atendimento infantil e uma unidade especial para o atendimento da mulher.
Gestor da rede, Daniel Coldry diz que o investimento em diferenciais que proporcionam conforto ao paciente representam um custo a mais para os laboratórios, mas compensam. "Ninguém quer estar em um laboratório. Então, a primeira coisa que você tem que fazer é com que se espere pouco. Depois, se o exame é longo, que seja confortável."

Acupuntura pré-biopsia
No Hospital Santa Catarina, em São Paulo, o radiologista intervencionista Chiang Jeng Tyng, que usa a acupuntura há mais de 30 anos para anestesiar e relaxar seus pacientes, está aplicando a técnica durante as biopsias que realiza. Segundo ele, as aplicações, feitas nas mãos ou nos pés, ajudam o paciente a ficar mais tranquilo e a sentir menos dor.
"É um exame em que, geralmente, as pessoas estão muito estressadas por causa do resultado que podem receber. A acupuntura deixa o paciente mais relaxado e torna o exame mais fácil", diz o médico.
A gerente comercial Maria José La Corte, 55, foi uma das pacientes atendidas por ele. Ela diz que é bastante calma e classifica a tomografia, que alguns pacientes definem como insuportável, apenas como "desconfortável". Porém, é bastante sensível à dor e acredita que as agulhadas durante o exame ajudaram a potencializar o efeito da anestesia.
Já a secretária Natália Freitas, 45, ficou morrendo de medo quando soube que teria de fazer o exame, tanto que o adiou por duas semanas. "Quando cheguei para fazer o exame, estava nervosa e o doutor ofereceu a acupuntura. A gente fica meio descrente, né? Mas aquilo foi uma novidade que me tranquilizou", afirma.


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