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Paciente participa de estudo na USP
Julia Moraes/Folha Imagem
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Benício Gomes, que integra uma pesquisa sobre a EMTr para portadores de TOC |
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma mudança de layout
no ambiente de trabalho
desencadeou fortes incômodos no securitário Benício Gomes, 42. "Passei a me
preocupar com a simetria,
a contar e a recontar tudo."
Uma médica suspeitou
de estafa e receitou energéticos, mas os sintomas só
pioraram. "Comecei a perder tempo. Gastava uma
hora e meia refazendo um
cálculo que podia ser finalizado em minutos." O diagnóstico correto só veio há
seis anos: TOC (transtorno
obsessivo-compulsivo).
Afastado do trabalho há
mais de três anos, ele já travou várias batalhas contra
a doença. Usou medicamentos antidepressivos,
antipsicóticos, ansiolíticos
e estabilizadores de humor,
mas nada trouxe alívio.
"Transportei os rituais
do trabalho para casa. Já
quebrei a fechadura de tanto checar se a porta estava
trancada. Abro o capô do
carro e verifico todas as
mangueiras. Rezo compulsivamente pela segurança
da minha filha", relata.
Há três dias, ele fez sua
primeira avaliação depois
de começar a fazer parte de
uma pesquisa conduzida
no Hospital das Clínicas da
USP. O objetivo do estudo é
testar a eficácia da estimulação magnética transcraniana em portadores desse
transtorno que não respondem a medicações.
Os resultados do tratamento ainda não são evidentes para Gomes, mas ele
seguirá fazendo as sessões.
"Qualquer retorno que me
devolva o bem-estar será
válido. Quero melhorar o
convívio com a minha família, retomar minhas atividades normais e voltar a
trabalhar."
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