São Paulo, quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
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Vaivém

A prática de bumerangue cresce no Brasil com formação de ranking nacional e aulas para amadores

JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com registros de uso pela civilização de mais de 20 mil anos, o bumerangue foi um dos primeiros objetos voadores do mundo. No Brasil, no entanto, sua presença é bem mais atual: o objeto começou a ser usado por aqui na década de 1930, introduzido por um médico aeromodelista que tinha a ideia de fundar um clube para a prática do esporte.
Mas somente em 1983 surgiu o primeiro Bumerangue Clube do Brasil, entidade não oficial do esporte. Desde então, foram planejadas diversas competições, mas apenas neste ano foi organizado o primeiro circuito nacional de bumerangue, que ocorre em cinco fases em diferentes regiões do país. O objetivo é organizar a prática e formar o primeiro ranking brasileiro do esporte.
"Observamos que a procura tem aumentado bastante nos últimos tempos. O pai compra o bumerangue e leva o filho para jogar. Vemos famílias inteiras, com mãe, pai, filho, avó, praticando", entusiasma-se Carlos Martini Filho, conhecido como Magrão, bumeranguista profissional.
Foi o que aconteceu com o designer gráfico Nelson Gomes, 35. Seu envolvimento com o bumerangue começou com a curiosidade da filha de oito anos. "Não sei como ela descobriu o esporte, mas, quando viu que era um objeto que ia e voltava, ficou curiosa. Compramos dois bumerangues, mas, no fim, só eu persisti, porque ela não gostou de ficar sob o sol. Quem acabou contagiado fui eu."
Nelson fez contato com outros bumeranguistas do país e começou a participar de competições. Atribui ao esporte a perda de dez quilos no último ano e o ganho de condicionamento físico. "Na verdade, acabei gostando porque alio uma atividade física a algo prazeroso. Costumo jogar de cinco a oito horas por semana. Vou para um campo de futebol perto da minha casa de manhãzinha, quando não há ninguém usando o espaço", afirma.

Como jogar
Com peso médio de 40 gramas, o bumerangue não exige força, e sim técnica e habilidade para sentir o vento.
No caso de destros, a perna esquerda deve ser posicionada para a frente. A ponta do "v" formado pelo objeto também fica à frente. "Isso ajuda a ter mais rotação", diz Magrão.
Destros devem procurar o vento que vem da direita para a esquerda e jogá-lo perpendicularmente ao vento. Canhotos jogam "cortando" a brisa que vem da esquerda para a direita.
O objeto deve ser lançado na vertical, em uma direção parecida com o formada pelos ponteiros do relógio à 1h05, para voltar na horizontal -do contrário, há risco de atingir e machucar alguém.
"Pegue o bumerangue como se o estivesse beliscando. Faça sempre com jeito, com a munheca firme que dá uma quebrada na hora de soltar, para ter giro", acrescenta Magrão.
Para evitar problemas, é indicado se alongar antes de começar a praticar o exercício.

Para começar
É possível treinar em qualquer área aberta, como parques e quadras. Mas, antes de comprar o bumerangue, é preciso definir os limites: escolha o objeto que se adeque ao raio disponível para jogá-lo, o que pode ser verificado na embalagem. Busque áreas sem obstáculos como árvores e marquises.
O produto deve ser específico para a idade do jogador e habilidade: há opções diferentes para destros e canhotos.
Na cidade de São Paulo, a Federação Brasileira de Bumerangue promove aulas abertas todo último sábado do mês. É possível contar com a ajuda de monitores das 9h às 13h, no parque do Povo (entre as avenidas Cidade Jardim e Nações Unidas e a rua Henrique Chamma, na zona Sul da cidade).
Mais informações no endereço www.fbbumerangue.com.br.


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