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Vaivém
A prática de bumerangue cresce no Brasil com formação de ranking nacional e aulas para amadores
JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com registros de uso
pela civilização de
mais de 20 mil anos, o
bumerangue foi um
dos primeiros objetos voadores
do mundo. No Brasil, no entanto, sua presença é bem mais
atual: o objeto começou a ser
usado por aqui na década de
1930, introduzido por um médico aeromodelista que tinha a
ideia de fundar um clube para a
prática do esporte.
Mas somente em 1983 surgiu
o primeiro Bumerangue Clube
do Brasil, entidade não oficial
do esporte. Desde então, foram
planejadas diversas competições, mas apenas neste ano foi
organizado o primeiro circuito
nacional de bumerangue, que
ocorre em cinco fases em diferentes regiões do país. O objetivo é organizar a prática e formar o primeiro ranking brasileiro do esporte.
"Observamos que a procura
tem aumentado bastante nos
últimos tempos. O pai compra
o bumerangue e leva o filho para jogar. Vemos famílias inteiras, com mãe, pai, filho, avó,
praticando", entusiasma-se
Carlos Martini Filho, conhecido como Magrão, bumeranguista profissional.
Foi o que aconteceu com o
designer gráfico Nelson Gomes, 35. Seu envolvimento com
o bumerangue começou com a
curiosidade da filha de oito
anos. "Não sei como ela descobriu o esporte, mas, quando viu
que era um objeto que ia e voltava, ficou curiosa. Compramos
dois bumerangues, mas, no fim,
só eu persisti, porque ela não
gostou de ficar sob o sol. Quem
acabou contagiado fui eu."
Nelson fez contato com outros bumeranguistas do país e
começou a participar de competições. Atribui ao esporte a
perda de dez quilos no último
ano e o ganho de condicionamento físico. "Na verdade, acabei gostando porque alio uma
atividade física a algo prazeroso. Costumo jogar de cinco a oito horas por semana. Vou para
um campo de futebol perto da
minha casa de manhãzinha,
quando não há ninguém usando o espaço", afirma.
Como jogar
Com peso médio de 40 gramas, o bumerangue não exige
força, e sim técnica e habilidade
para sentir o vento.
No caso de destros, a perna
esquerda deve ser posicionada
para a frente. A ponta do "v"
formado pelo objeto também
fica à frente. "Isso ajuda a ter
mais rotação", diz Magrão.
Destros devem procurar o
vento que vem da direita para a
esquerda e jogá-lo perpendicularmente ao vento. Canhotos
jogam "cortando" a brisa que
vem da esquerda para a direita.
O objeto deve ser lançado na
vertical, em uma direção parecida com o formada pelos ponteiros do relógio à 1h05, para
voltar na horizontal -do contrário, há risco de atingir e machucar alguém.
"Pegue o bumerangue como
se o estivesse beliscando. Faça
sempre com jeito, com a munheca firme que dá uma quebrada na hora de soltar, para ter
giro", acrescenta Magrão.
Para evitar problemas, é indicado se alongar antes de começar a praticar o exercício.
Para começar
É possível treinar em qualquer área aberta, como parques
e quadras. Mas, antes de comprar o bumerangue, é preciso
definir os limites: escolha o objeto que se adeque ao raio disponível para jogá-lo, o que pode
ser verificado na embalagem.
Busque áreas sem obstáculos
como árvores e marquises.
O produto deve ser específico
para a idade do jogador e habilidade: há opções diferentes para
destros e canhotos.
Na cidade de São Paulo, a Federação Brasileira de Bumerangue promove aulas abertas
todo último sábado do mês. É
possível contar com a ajuda de
monitores das 9h às 13h, no
parque do Povo (entre as avenidas Cidade Jardim e Nações
Unidas e a rua Henrique Chamma, na zona Sul da cidade).
Mais informações no endereço www.fbbumerangue.com.br.
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