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VERÃO
Marcas na pele
Lesões por contato com a polpa e a casca de frutas cítricas e de outros vegetais seguida de exposição ao sol aumentam no verão e podem levar a queimaduras de segundo grau
DESIREÊ ANTÔNIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A combinação de frutas
cítricas e sol pode ter
resultados desagradáveis, que vão de manchas na pele a queimaduras de
segundo grau. No verão, são
mais frequentes os casos de fitofotodermatose -termo médico para a inflamação da pele
provocada pela reação de compostos chamados furocumarínicos à radiação solar.
Presente nas cascas de cítricos como limão e laranja, em
frutos não maduros como morangos e figos, e em outros vegetais, essa
substância, na presença de sol,
gera uma irritação que se manifesta pelo aumento de pigmentação no local de contato, causando manchas.
A lesão ocorre quando há
contato com a polpa e com a
casca de frutas cítricas -onde
está a maior concentração dos
compostos que causam a reação- seguida de exposição ao
sol, sem antes lavar bem as
mãos.
Segundo Jayme de Oliveira
Filho, dermatologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, a maioria
das lesões é causada por frutos
cítricos, principalmente o limão. Também há lesões graves
provocadas por contato com o
figo verde e suas folhas -usadas em receitas caseiras de bronzeadores, elas
contêm alta concentração de
furocumarínicos.
Oliveira Filho explica que a
lesão nem sempre resulta em
queimadura grave, mas gera
uma mancha. "A maioria das
pessoas não nota na hora. Normalmente, depois de 24 horas
[após a exposição]."
A intensidade da lesão pode
variar conforme a quantidade
de substância com que se teve
contato, com o tempo de exposição ao sol e com a suscetibilidade da pele. "Essa não é uma
reação alérgica. Cem por cento
das pessoas que tiverem contato com a substância e se expuserem ao sol terão reação de fotoxicidade. Algumas evoluem
para queimadura de segundo
grau", diz Flávia Addor, membro do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira
de Dermatologia.
Remédio e prevenção
A reação é desencadeada
após uma média de 30 minutos
de exposição ao sol. Na maioria
dos casos, constata-se uma
mancha vermelha um dia após
o contato, que pode ser acompanhada ou não por sensação
de ardor ou coceira, e podem
surgir bolhas no segundo dia.
Horas ou dias depois, a área fica
ainda mais vermelha, as cascas
das bolhas secam e começam a
se soltar. No geral, as cicatrizes
não são permanentes.
É recomendável procurar
um médico após o acidente,
mas é melhor prevenir a lesão,
evitando manusear frutas cítricas sob o sol. Se o fizer, utilize
um espremedor ou luvas. Após
contato com os vegetais citados, deve-se lavar bem as mãos,
com água e sabonete. Se precisar sair ao ar livre durante o
dia- o ideal é não fazê-lo durante ao menos cinco horas
após manusear as frutas, de
acordo com Oliveira- use bloqueador solar. Também é importante não tocar outras partes do corpo antes de se lavar.
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