São Paulo, quinta-feira, 12 de abril de 2007
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Ingrediente

Adorado na Europa, ruibarbo é raro no Brasil

RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O nome esquisito não ajuda, mas, independentemente disso, poucos brasileiros saberiam dizer o que é um ruibarbo. Praticamente desconhecida em nosso país, essa planta herbácea nativa da China é adorada na Inglaterra e empregada no receituário de muitos outros países, como Itália, França e Rússia. "No Brasil, é bastante cara e difícil de achar.
Alguns anos atrás, havia mais produtores, mas não tinha procura", afirma Luc Talon, chef do Café Pittoresque, especializado em culinária russa. "É um produto bem europeu, usado na comida caseira." Além do nome exótico, o ruibarbo apresenta outra peculiaridade. Botanicamente, trata-se de um vegetal, mas até a corte de comércio exterior dos Estados Unidos o classifica como fruta, já que é assim que costuma ser consumido. Segundo o "Pequeno Dicionário da Gula", de Márcia Algranti, os talos de suas folhas (semelhantes aos do salsão) são usados em saladas e no preparo de doces, bolos e purês, entre outras receitas. Em sabor, pode ser comparado ao limão, por causa da acidez. "Mas o ruibarbo brasileiro é menos ácido, devido ao clima", afirma Talon.
Na Inglaterra, a famosa "rhubarb custard pie" é uma torta preparada com ruibarbo picado, açúcar, casca de limão ralada, canela e gengibre. Já o molho feito com maçãs, ruibarbo, especiarias e laranja ralada é considerado uma especialidade para acompanhar carne de porco assada e preparado também no sul dos EUA. Outra guloseima que os ingleses não dispensam é o iogurte feito com a "fruta", encontrado em diversas marcas nas geladeiras dos supermercados. Mais ao leste, na Polônia e no Afeganistão, é consumido como legume, enquanto na Itália é usado pra fazer um aperitivo de baixo teor alcoólico, o "rabarbaro".
De acordo com a enciclopédia "The Penguin Companion to Food", de Alan Davidson, o ruibarbo já era conhecido na Antigüidade, principalmente por suas propriedades medicinais. Prefere clima frio e floresce especialmente na região da Mongólia, na Sibéria e no entorno do Himalaia -os rizomas e as "coroas" a partir dos quais os talos crescem têm a capacidade de sobreviver no solo congelado durante invernos muito rigorosos.


Onde encontrar
Casa Santa Luzia

al. Lorena, 1.471, São Paulo; tel. 0/xx/11/3897-5000
www.santaluzia.com.br

Mercado Municipal de São Paulo
r. da Cantareira, 306, São Paulo www.mercadomunicipal.com.br



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