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Ingrediente
Adorado na Europa, ruibarbo é raro no Brasil
RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O
nome esquisito não
ajuda, mas, independentemente disso,
poucos brasileiros
saberiam dizer o que é um ruibarbo. Praticamente desconhecida em nosso país, essa planta
herbácea nativa da China é
adorada na Inglaterra e empregada no receituário de muitos
outros países, como Itália,
França e Rússia. "No Brasil, é
bastante cara e difícil de achar.
Alguns anos atrás, havia mais
produtores, mas não tinha procura", afirma Luc Talon, chef
do Café Pittoresque, especializado em culinária russa. "É um
produto bem europeu, usado
na comida caseira."
Além do nome exótico, o ruibarbo apresenta outra peculiaridade. Botanicamente, trata-se de um vegetal, mas até a corte de comércio exterior dos Estados Unidos o classifica como
fruta, já que é assim que costuma ser consumido.
Segundo o "Pequeno Dicionário da Gula", de Márcia Algranti, os talos de suas folhas
(semelhantes aos do salsão) são
usados em saladas e no preparo
de doces, bolos e purês, entre
outras receitas. Em sabor, pode
ser comparado ao limão, por
causa da acidez. "Mas o ruibarbo brasileiro é menos ácido, devido ao clima", afirma Talon.
Na Inglaterra, a famosa "rhubarb custard pie" é uma torta
preparada com ruibarbo picado, açúcar, casca de limão ralada, canela e gengibre. Já o molho feito com maçãs, ruibarbo,
especiarias e laranja ralada é
considerado uma especialidade
para acompanhar carne de porco assada e preparado também
no sul dos EUA.
Outra guloseima que os ingleses não dispensam é o iogurte feito com a "fruta", encontrado em diversas marcas nas geladeiras dos supermercados.
Mais ao leste, na Polônia e no
Afeganistão, é consumido como legume, enquanto na Itália
é usado pra fazer um aperitivo
de baixo teor alcoólico, o "rabarbaro".
De acordo com a enciclopédia "The Penguin Companion
to Food", de Alan Davidson, o
ruibarbo já era conhecido na
Antigüidade, principalmente
por suas propriedades medicinais. Prefere clima frio e floresce especialmente na região da
Mongólia, na Sibéria e no entorno do Himalaia -os rizomas
e as "coroas" a partir dos quais
os talos crescem têm a capacidade de sobreviver no solo congelado durante invernos muito
rigorosos.
Onde encontrar
Casa Santa Luzia
al. Lorena, 1.471, São Paulo; tel. 0/xx/11/3897-5000
www.santaluzia.com.br
Mercado Municipal de São Paulo
r. da Cantareira, 306, São Paulo
www.mercadomunicipal.com.br
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