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nutrição
Matéria nacional
Nova fase da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos,
da Unicamp, analisa nutrientes de alimentos típicos do Brasil
FLÁVIA MANTOVANI
DA REPORTAGEM LOCAL
Conhecido pelo alto
teor calórico e de gorduras, o acarajé também é, quem diria, rico em fibras, cálcio e potássio.
Já a carne de charque cozida,
outra iguaria nacional, é fonte
de ferro, mas possui, em 100 g,
mais da metade do sódio que se
deve ingerir por dia.
Informações como essas, referentes aos teores nutricionais
de pratos tipicamente brasileiros, estão disponíveis graças ao
lançamento, no último dia 30,
da segunda fase do projeto Taco (Tabela Brasileira de Composição de Alimentos), realizado pelo Núcleo de Estudos e
Pesquisa em Alimentação (Nepa) da Unicamp (Universidade
Estadual de Campinas) em parceria com o governo federal.
A primeira versão da tabela,
finalizada em 2004, tinha 198
alimentos, em geral itens básicos, como arroz e banana.
Agora, foram incluídos mais
256, muitos deles frutas e pratos regionais. Nos próximos
dias, devem ser acrescentados
ainda à segunda versão 46
itens- a meta é atingir 500.
"Foram coletadas amostras
em supermercados de nove capitais, nas cinco regiões do país.
A idéia é fazer uma tabela o
mais representativa possível da
dieta brasileira", diz a química
Delia Rodriguez-Amaya, coordenadora científica da Taco.
Em laboratório, foram analisados nutrientes diversos, como proteínas, lipídios, fibras,
vitaminas e minerais.
Há outras tabelas de composição de alimentos no Brasil,
mas, segundo Amaya, elas se
baseiam em dados internacionais ou são uma compilação de
vários estudos.
Outro diferencial da nova fase da Taco é a presença, além
dos alimentos crus, de preparações fritas, grelhadas e cozidas.
"O cozimento altera o teor de
água dos alimentos, o que influencia a concentração de nutrientes. E, com a fritura, a perda de água e a absorção de óleo
aumentam o valor calórico",
diz a nutricionista Renata Padovani, da Unicamp, que participa da elaboração da Taco.
De acordo com Rodriguez-Amaya, além de ser uma ferramenta para profissionais de
saúde, cientistas e governo, a
tabela pode ser consultada por
"qualquer cidadão que queira
ver se está comendo bem".
Ela explica que a terceira fase
do projeto está começando e
incluirá mais alimentos em
cerca de dois anos.
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