São Paulo, quinta-feira, 13 de julho de 2006
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nutrição

Matéria nacional

Nova fase da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, da Unicamp, analisa nutrientes de alimentos típicos do Brasil

FLÁVIA MANTOVANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Conhecido pelo alto teor calórico e de gorduras, o acarajé também é, quem diria, rico em fibras, cálcio e potássio. Já a carne de charque cozida, outra iguaria nacional, é fonte de ferro, mas possui, em 100 g, mais da metade do sódio que se deve ingerir por dia.
Informações como essas, referentes aos teores nutricionais de pratos tipicamente brasileiros, estão disponíveis graças ao lançamento, no último dia 30, da segunda fase do projeto Taco (Tabela Brasileira de Composição de Alimentos), realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa em Alimentação (Nepa) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) em parceria com o governo federal.
A primeira versão da tabela, finalizada em 2004, tinha 198 alimentos, em geral itens básicos, como arroz e banana.
Agora, foram incluídos mais 256, muitos deles frutas e pratos regionais. Nos próximos dias, devem ser acrescentados ainda à segunda versão 46 itens- a meta é atingir 500.
"Foram coletadas amostras em supermercados de nove capitais, nas cinco regiões do país. A idéia é fazer uma tabela o mais representativa possível da dieta brasileira", diz a química Delia Rodriguez-Amaya, coordenadora científica da Taco.
Em laboratório, foram analisados nutrientes diversos, como proteínas, lipídios, fibras, vitaminas e minerais.
Há outras tabelas de composição de alimentos no Brasil, mas, segundo Amaya, elas se baseiam em dados internacionais ou são uma compilação de vários estudos.
Outro diferencial da nova fase da Taco é a presença, além dos alimentos crus, de preparações fritas, grelhadas e cozidas. "O cozimento altera o teor de água dos alimentos, o que influencia a concentração de nutrientes. E, com a fritura, a perda de água e a absorção de óleo aumentam o valor calórico", diz a nutricionista Renata Padovani, da Unicamp, que participa da elaboração da Taco.
De acordo com Rodriguez-Amaya, além de ser uma ferramenta para profissionais de saúde, cientistas e governo, a tabela pode ser consultada por "qualquer cidadão que queira ver se está comendo bem".
Ela explica que a terceira fase do projeto está começando e incluirá mais alimentos em cerca de dois anos.


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