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Treino funcional: Funciona?
Ginástica da moda promete tirar a pessoa do conforto para fazê -la mais forte no dia a dia
MANUELA MINNS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Pegar algo pesado no
chão, brincar com as crianças ou empurrar um armário
são atividades banais que,
para os pouco preparados,
podem gerar um nervo pinçado ou uma dor nas costas.
Preparar o corpo para funções do dia a dia é o que promete a chamada ginástica
funcional, que está cada vez
mais popular, dentro e fora
das academias. Mas será que
funciona para tudo e todos?
"O treino funcional une
exercícios da preparação física de vários esportes e o trabalho de reabilitação do corpo, sempre pensando em
atender as necessidades de
cada indivíduo", diz Luciano
D'Elia, diretor técnico do Core360, projeto de capacitação
de treinamento funcional.
LIMITAÇÕES
O primeiro passo, segundo
ele, é uma avaliação física
para saber as limitações do
aluno e seus objetivos.
"Às vezes o aluno quer
perder peso, mas antes é preciso identificar suas necessidades reais que, quando
atendidas, darão a base para
a realização do objetivo final", afirma D'Elia.
Essas necessidades podem ser desde realinhamento postural até preparo para
um futebol de fim de semana.
Os treinos incluem movimentos similares aos que são
feitos no cotidiano, como
corrida, trote, saltos e atos de
puxar e arrastar. E, de acordo
com seus entusiastas, sempre levam em conta a idade e
a condição física da pessoa. "Uma aula nunca é igual à
outra. Exercícios variados
deixam o treino mais interessante, para o aluno não desistir", diz Edson Ramalho,
preparador graduado em
educação física e mestrando
em ortopedia na Unicamp.
Uma coisa a ginástica funcional é: lúdica. Envolve bolas, molas, elásticos, barras e
pranchas de estabilidade.
Com esses acessórios
criam-se desafios como pegar uma bola, puxar um elástico, saltar lateralmente e fazer ações cotidianas com um
pé só ou olhos vendados.
"Tiramos o aluno da zona
de conforto. Ele é forçado a
trabalhar o corpo de forma
inteligente", diz Ramalho.
Esses estímulos, afirma, melhoram o equilíbrio e a resistência e fazem perder peso.
PREVENÇÃO
"Não se pode descartar a
melhora na aparência física,
já que muitas vezes é o que
faz com que o aluno procure
o treino", diz D'Elia.
Quem quer músculos
bombados, no entanto, não
vai encontrá-los nesse tipo
de ginástica.
Luiz Fernando Alves, treinador da clínica Força Dinâmica e professor de educação
física especializado em prevenção de lesões, lembra que
os exercícios propostos pelo
treinamento funcional têm
grandes amplitudes e, em geral, são executados de maneira muito rápida.
"Esses fatores podem dificultar a coordenação e o alinhamento, aumentando o
risco de lesões articulares".
Segundo ele, o trabalho
com bases instáveis, como
agachamentos e flexões utilizando bolas ou pranchas de
equilíbrio exigem uma atenção redobrada do treinador.
"Nessas situações, a instabilidade das articulações é
maior, os exercícios devem
ser feitos devagar e com pouca amplitude. Do contrário, a
chance de lesão é muito
grande", alerta.
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