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Mexilhões têm ferro, vitaminas e cálcio
RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Não é preciso morar
na Bélgica para apreciar mexilhões, mas
no país de Tintin esse molusco bivalve tem status
de prato nacional, como a feijoada no Brasil, e é servido invariavelmente com batatas fritas. Na Espanha, é ingrediente
da paella; na França, é o astro
da "mouclade", receita em que
são cozidos em vinho branco
com cebola, alho e ervas.
"O brasileiro está mais acostumado ao mexilhão em vinagrete, servido na praia e chamado de lambe-lambe", diz Renata Braune, do Chef Rouge, restaurante paulistano que promove até o fim do verão um festival de mexilhões. Segundo
ela, a receita clássica é cozinhar
em uma panela com vinho
branco e um pouco de cebola,
abafando por alguns minutos,
até ferver. "O único segredo é
ter um produto muito fresco.
Ele deve ter a casca fechada e
abrir ao cair em água fervente",
afirma.
Se o mexilhão for industrializado, é importante checar se o
lote vem de uma fazenda marinha com selo do SIF (Serviço de
Inspeção Federal, concedido
pelo Ministério da Agricultura), diz Felipe Suplicy, coordenador-geral de maricultura da
Seap (Secretaria Especial de
Aquicultura e Pesca).
Embora não faça parte da
dieta cotidiana do brasileiro, os
mexilhões contêm nutrientes
importantes, como as vitaminas A e C e minerais como cálcio e ferro. "É um alimento de
baixo colesterol, baixa gordura,
rico em proteínas e sódio", afirma Suplicy.
Existem diversas espécies de
mexilhão espalhadas pelo
mundo. No Brasil, é encontrada apenas uma, Perna perna. O
Estado de Santa Catarina é o
principal produtor e responde
por 98% do cultivo, o equivalente a 15 mil toneladas.
"Ele ocorre de Santa Catarina ao Espírito Santo. Mais ao
norte, a temperatura da água é
muito quente, os mexilhões
não sobrevivem", diz. Em termos de produção, trata-se do
fruto do mar mais importante
nacionalmente.
No mercado, são vendidos de
três formas principais: fresco,
principalmente em Santa Catarina; congelado, cozido e desconchado ou em meia concha,
também cozido e congelado.
De acordo com Felipe Suplicy,
o último apresenta rendimento
um pouco melhor e tem a vantagem de poder ser identificado pelos consumidores.
O cultivo se estende por oito
a dez meses. Na geladeira, não
dura mais do que três dias, menos que a ostra. Depois desse
intervalo, suas conchas pretas
começam a abrir, o molusco
perde água, resseca e morre.
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