São Paulo, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
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Mexilhões têm ferro, vitaminas e cálcio

RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Não é preciso morar na Bélgica para apreciar mexilhões, mas no país de Tintin esse molusco bivalve tem status de prato nacional, como a feijoada no Brasil, e é servido invariavelmente com batatas fritas. Na Espanha, é ingrediente da paella; na França, é o astro da "mouclade", receita em que são cozidos em vinho branco com cebola, alho e ervas.
"O brasileiro está mais acostumado ao mexilhão em vinagrete, servido na praia e chamado de lambe-lambe", diz Renata Braune, do Chef Rouge, restaurante paulistano que promove até o fim do verão um festival de mexilhões. Segundo ela, a receita clássica é cozinhar em uma panela com vinho branco e um pouco de cebola, abafando por alguns minutos, até ferver. "O único segredo é ter um produto muito fresco.
Ele deve ter a casca fechada e abrir ao cair em água fervente", afirma.
Se o mexilhão for industrializado, é importante checar se o lote vem de uma fazenda marinha com selo do SIF (Serviço de Inspeção Federal, concedido pelo Ministério da Agricultura), diz Felipe Suplicy, coordenador-geral de maricultura da Seap (Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca).
Embora não faça parte da dieta cotidiana do brasileiro, os mexilhões contêm nutrientes importantes, como as vitaminas A e C e minerais como cálcio e ferro. "É um alimento de baixo colesterol, baixa gordura, rico em proteínas e sódio", afirma Suplicy.
Existem diversas espécies de mexilhão espalhadas pelo mundo. No Brasil, é encontrada apenas uma, Perna perna. O Estado de Santa Catarina é o principal produtor e responde por 98% do cultivo, o equivalente a 15 mil toneladas.
"Ele ocorre de Santa Catarina ao Espírito Santo. Mais ao norte, a temperatura da água é muito quente, os mexilhões não sobrevivem", diz. Em termos de produção, trata-se do fruto do mar mais importante nacionalmente.
No mercado, são vendidos de três formas principais: fresco, principalmente em Santa Catarina; congelado, cozido e desconchado ou em meia concha, também cozido e congelado.
De acordo com Felipe Suplicy, o último apresenta rendimento um pouco melhor e tem a vantagem de poder ser identificado pelos consumidores.
O cultivo se estende por oito a dez meses. Na geladeira, não dura mais do que três dias, menos que a ostra. Depois desse intervalo, suas conchas pretas começam a abrir, o molusco perde água, resseca e morre.


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