São Paulo, quinta-feira, 15 de fevereiro de 2001
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Escola é despreparada

A falta de preparo de professores e orientadores educacionais complica a já caótica vida dos hiperativos e de suas famílias.
"Quando meu filho deu sinais de agressividade aos 6 anos, antes de a hiperatividade ser diagnosticada, a diretora perguntou se eu e meu marido estávamos com problemas. Em outra escola, quando tentei explicar por que Paulo (nome fictício) não parava quieto, a orientadora disse que ele estava carente porque eu trabalhava fora", conta a publicitária M.A.F., mãe de Paulo, 13.
Apesar de nunca ter repetido o ano, Paulo mudou de escola cinco vezes entre a 1ª e a 8ª séries. Em três ocasiões, foi expulso. "O aluno hiperativo ganha fama de criador de caso e vira bode expiatório para tudo", diz M.A.F.
Aos 17 anos, o mineiro Murilo (nome fictício) também passou por cinco escolas. "Ele não consegue se comportar como os outros, e os professores não aceitam isso", diz o pai, Ubiratan R.
Criado em 90 para atender a alunos hiperativos que não se adaptavam a escolas tradicionais, o Colégio Graphein (Pacaembu) é um exemplo de como é possível trabalhar com crianças agitadas. No ano passado, 80% dos alunos que concluíram o ensino médio entraram na faculdade.
"As escolas não têm espaço para lidar com a diversidade. Salas grandes exigem padronização. No Graphein, as salas têm oito alunos, e o professor prepara a aula a partir do interesse de cada um", diz Vânia Bueno de Souza, diretora do Graphein.



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