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Escola é despreparada
A falta de preparo de professores e orientadores
educacionais complica a
já caótica vida dos hiperativos e de suas famílias.
"Quando meu filho deu
sinais de agressividade aos
6 anos, antes de a hiperatividade ser diagnosticada,
a diretora perguntou se eu
e meu marido estávamos
com problemas. Em outra
escola, quando tentei explicar por que Paulo (nome fictício) não parava
quieto, a orientadora disse
que ele estava carente porque eu trabalhava fora",
conta a publicitária
M.A.F., mãe de Paulo, 13.
Apesar de nunca ter repetido o ano, Paulo mudou de escola cinco vezes
entre a 1ª e a 8ª séries. Em
três ocasiões, foi expulso.
"O aluno hiperativo ganha fama de criador de caso e vira bode expiatório
para tudo", diz M.A.F.
Aos 17 anos, o mineiro
Murilo (nome fictício)
também passou por cinco
escolas. "Ele não consegue
se comportar como os outros, e os professores não
aceitam isso", diz o pai,
Ubiratan R.
Criado em 90 para atender a alunos hiperativos
que não se adaptavam a
escolas tradicionais, o Colégio Graphein (Pacaembu) é um exemplo de como é possível trabalhar
com crianças agitadas. No
ano passado, 80% dos alunos que concluíram o ensino médio entraram na
faculdade.
"As escolas não têm espaço para lidar com a diversidade. Salas grandes
exigem padronização. No
Graphein, as salas têm oito alunos, e o professor
prepara a aula a partir do
interesse de cada um", diz
Vânia Bueno de Souza, diretora do Graphein.
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