São Paulo, quinta-feira, 15 de março de 2001
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heroína

Identidade: Genésia Miranda, 43
Disfarce: líder comunitária
Poderes especiais: mobiliza moradores na busca por melhores condições de vida
Armas secretas: abaixo-assinados, passeatas, mutirões
Inimigos: grileiros e falta de vontade política

Dona Genésia, paraibana "sangue bom", veio para São Paulo tentar a vida com o marido e acabou ajudando mais de 100 mil pessoas na favela Heliópolis e em São João Clímaco (zona sul de SP). A receita? "Cara e coragem, minha filha!"
 

Folha - Foi difícil se instalar na favela?
Genésia
- Foi. Eu não sabia que existia grupo (grileiros) tomando conta do lugar, com documento falsificado de propriedade e usando a força pra tirar dinheiro das pessoas. Comecei a falar para os vizinhos não darem mais. Vieram oito homens, bateram em mim e tocaram fogo no barraco comigo e com meus filhos dentro. Aí juntei os moradores e partimos para a luta. As terras foram passadas para a Cohab, mas ainda somos clandestinos.

Folha - Como é a vida na favela agora?
Genésia
- Conseguimos beneficiar 1.500 jovens com uma escola de primeiro e segundo graus, pré-escola e duas creches. Temos curso de alfabetização para 300 adultos, asfalto, saneamento básico, posto de saúde, rádio comunitária e a conquista mais recente, que é a quadra poliesportiva.

Folha - Qual o seu sonho?
Genésia
- Sinto que tenho tudo na vida, tenho uma casa para morar com os meus filhos. Quero o mesmo para todos. Não acredito em ser feliz sozinha. Eu acredito na mudança.


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