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heroína
Identidade:
Genésia Miranda, 43
Disfarce:
líder comunitária
Poderes especiais:
mobiliza moradores na busca por melhores condições de vida
Armas secretas:
abaixo-assinados, passeatas,
mutirões
Inimigos:
grileiros e falta de vontade política
Dona Genésia, paraibana "sangue bom", veio
para São Paulo tentar a vida com o marido e
acabou ajudando mais de 100 mil pessoas na
favela Heliópolis e em São João Clímaco (zona sul de
SP). A receita? "Cara e coragem, minha filha!"
Folha - Foi difícil se instalar na favela?
Genésia - Foi. Eu não sabia que existia grupo (grileiros) tomando conta do lugar, com documento falsificado de propriedade e usando a força pra tirar dinheiro
das pessoas. Comecei a falar para os vizinhos não darem mais. Vieram oito homens, bateram em mim e tocaram fogo no barraco comigo e com meus filhos dentro. Aí juntei os moradores e partimos para a luta. As
terras foram passadas para a Cohab, mas ainda somos clandestinos.
Folha - Como é a vida na favela agora?
Genésia - Conseguimos beneficiar 1.500 jovens com
uma escola de primeiro e segundo graus, pré-escola e
duas creches. Temos curso de alfabetização para 300
adultos, asfalto, saneamento básico, posto de saúde,
rádio comunitária e a conquista mais recente, que é a
quadra poliesportiva.
Folha - Qual o seu sonho?
Genésia - Sinto que tenho tudo na vida, tenho uma
casa para morar com os meus filhos. Quero o mesmo
para todos. Não acredito em ser feliz sozinha. Eu
acredito na mudança.
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