São Paulo, quinta-feira, 16 de abril de 2009
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INGREDIENTE

Cúrcuma é ingrediente essencial ao curry em pó

RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nativo da Índia, o cúrcuma é um dos principais componentes do curry em pó, condimento preparado fresco no sul daquele país e conhecido no resto do globo em sua versão industrializada. Chamado também de açafrão-de-raiz ou gengibre dourado, pode ser usado em saladas, ensopados, sopas, molhos, peixe e arroz.
Obtido dos rizomas da Curcuma longa, é vendido seco ou em pó. Marco Polo, ao encontrá-lo na China em 1280, descreveu-o como um "vegetal que tem todas as propriedades do verdadeiro açafrão, assim como o aroma e a cor". Embora tenha sido preciso quanto à cor, o mesmo não se pode dizer do aroma e do sabor. Ainda assim, é usado como um substituto mais barato do açafrão.
Segundo a medicina ayurvédica (tradicional indiana), é bom para doenças do estômago, curar ferimentos e "limpar o sangue", sendo usado atualmente, na Índia, como remédio caseiro para torceduras e inchaços. No Ocidente, é considerado um importante alimento funcional. "É um dos melhores antioxidantes que existe, por ser riquíssimo em flavonoides", afirma a nutricionista Daniela Jobst, membro do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional e do Instituto de Medicina Funcional dos EUA. "A curcumina é anti-inflamatória e antimutagênica, enquanto o curcumenol melhora a imunidade", completa.
Segundo o especialista em nutrição Joe Schwarcz, autor de "Uma Maçã por Dia" (ed. Jorge Zahar, 310 págs., R$ 25,90), os efeitos da planta não foram suficientemente estudados a ponto de haver uma recomendação sobre o consumo de quantias específicas, "mas adicionar pratos vegetarianos condimentados com açafrão-da-Índia à dieta é uma boa ideia", principalmente com algumas pitadas de pimenta, que potencializa sua absorção.
Isso porque a maior parte dos benefícios atribuídos à curcumina, como as propriedades de combater artrite, diversos tipos de câncer -como os de próstata, mama e cólon- e mal de Alzheimer, têm origem em estudos realizados com roedores, não com seres humanos.
O autor canadense adverte, no entanto, que é preciso cuidado ao comer, porque o condimento é também um corante e, como tal, mancha tecidos.


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