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Ingrediente
Carambola é rica em polifenóis
RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Embora seja considerada uma fruta
de quintal, sem importância econômica no Brasil, a carambola é dos
ingredientes mais fascinantes encontrados por aqui. Seu formato
oblongo revela, no corte transversal, uma estrela de polpa suculenta e agridoce, quase
translúcida.
De acordo com o "Dicionário das Plantas
Úteis do Brasil e das Exóticas Cultivadas", de
M. Pio Corrêa, a carambola é possivelmente
originária da Índia. No Brasil, foi introduzida
em 1817, em Pernambuco, de onde se espalhou por todo o litoral. Atualmente, é cultivada em regiões tropicais de todo o mundo.
Por aqui, existem 15 variedades. A casca tem
diferentes tons de amarelo, e sua polpa é adocicada e repleta de suco quando madura. Pode
ser consumida ao natural, em saladas ou sobremesas, ou na forma de doces em compota
ou cristalizados. É empregada também em recheios de tortas e para enfeitar pratos. Quando
verde, tem sabor ácido e adstringente, sendo
mais indicada para conservas salgadas.
A caramboleira, assim como a fruta, também tem seu charme. Árvore de pequeno porte, com cinco metros de altura média, tem galhos flexíveis que chegam a tocar o chão, escondendo o tronco. Antes de se transformarem em frutos, suas pequenas flores, de cor
violeta no centro e esbranquiçadas nas bordas,
enfeitam toda a árvore.
Embora seja rica em polifenóis, compostos
que combatem os radicais livres e retardam o
envelhecimento das células, estudos demonstram que a fruta não traz só benefícios. Uma
pesquisa iniciada em 1998 na Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto (USP) descobriu
que ela possui uma toxina que atua no sistema
nervoso e pode levar pacientes com insuficiência renal à morte.
Essa neurotoxina, que funciona como um
larvicida, é solúvel em água, sendo excretada
por pessoas normais. "Naquelas que sofrem
de insuficiência renal, no entanto, ela permanece no sangue, chega ao sistema nervoso central e induz soluços, que viram convulsões
persistentes", afirma Joaquim Coutinho Neto,
professor associado do departamento de bioquímica e imunologia da faculdade.
Segundo ele, os diabéticos também devem
consumir a fruta com moderação, porque o
rim deles não realiza a filtração do sangue com
total eficiência. Para todas as outras pessoas, o
consumo é liberado.
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