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Pesquisadora de Harvard revela que tumores em pulmão, cólon, mama e próstata são os que melhor respondem à atividade física
Subir escadas diminui riscos de câncer
ISABEL GERHARDT
DA REPORTAGEM LOCAL
A prática de atividades físicas comuns,
como subir escadas ou andar, pode
contribuir na prevenção de alguns tipos de
câncer. Essa é a tese defendida por I-Min
Lee, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos EUA.
Segundo a pesquisadora, que esteve no
Brasil este mês, participando de um simpósio sobre ciência do esporte, a atividade física ajuda na prevenção do câncer
porque torna a resposta do sistema imunológico mais eficiente, reduz o contato
de substâncias carcinogênicas com o intestino, modifica os níveis dos hormônios
reprodutivos e diminui o teor de gordura
corporal. "Os dados revelam que a correlação entre exercício físico e prevenção é
maior para alguns tipos de câncer", disse
Lee à Folha. Ela cita o câncer de pulmão,
o de cólon, o de mama e o de próstata como os que apresentam maior correlação.
Em uma de suas pesquisas, Lee acompanhou 13.905 ex-alunos de Harvard. O
estudo analisou, por 16 anos, hábitos como caminhar e subir escadas de homens
com idade média de 58 anos.
Os resultados mostraram que aqueles
com gasto energético semanal de pelo
menos 3.000 calorias -equivalente a 6-8
horas de atividade física moderada por
semana- apresentaram menor risco de
desenvolvimento de câncer do pulmão.
Caminhar ou subir rapidamente mais de
35 degraus por dia são exemplos de exercícios citados pela pesquisadora como capazes de ajudar na prevenção.
"Observamos que o risco de câncer de
pulmão está inversamente associado às
atividades físicas feitas com intensidade
moderada, independentemente de outros fatores como idade e gordura", afirmou Lee. O estudo foi publicado em 99.
Resultados semelhantes foram obtidos
para o câncer de cólon. A razão, segundo
Lee, é que a atividade física contribui para
o aumento da velocidade da passagem
dos alimentos pelo intestino, reduzindo o
tempo de contato entre os agentes carcinogênicos e a mucosa intestinal.
O câncer é uma doença determinada
pela interação de genes e ambiente. Se os
genes são alterados, silenciados ou ativados, podem levar à doença por meio da
multiplicação desordenada de células e
subsequente invasão e destruição do tecido saudável. De acordo com Lee, a atividade física pode contribuir para a prevenção do câncer à medida que minimiza
efeitos negativos do estilo de vida e do
ambiente.
Outro estudo, realizado por William
Haskell, da Universidade Stanford, Califórnia, demonstra que o estilo de vida e o
ambiente têm grande influência sobre o
risco de morte em pessoas com câncer,
que sofrem um derrame cerebral ou têm
um infarto (veja quadro acima).
Lee diz que os estudos deverão ser repetidos para a confirmação dos dados. E salienta que a atividade física, por muitos
anos, esteve associada à prevenção de
doenças cardíacas. "Hoje temos evidências que ela também pode reduzir alguns
tipos de câncer."
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