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SAÚDE
Esperma alterado
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
A maconha altera a produção de espermatozoides e tem impacto
na fertilidade do homem, aponta uma pesquisa da
USP (Universidade de São Paulo) que ainda está em andamento. Os dados preliminares,
baseados na análise de 32 homens, foram divulgados durante o Congresso Brasileiro de
Urologia, que aconteceu na semana passada em Goiânia.
Segundo o urologista Jorge
Hallak, coordenador da Unidade de Toxicologia Reprodutiva
e de Andrologia da USP, com o
consumo de maconha os espermatozoides mudam de formato
e perdem a mobilidade, dificultando a fecundação.
"Basta consumir a droga uma
vez por semana para ocorrer a
alteração dos gametas", alerta o
médico, que acompanha um
grupo de usuários de maconha
há sete anos.
Uma linha de pesquisa parecida tem sido desenvolvida pela
Universidade Queen, de Belfast, na Irlanda do Norte. Os
pesquisadores examinaram o
efeito da THC -a substância
ativa da maconha- no esperma
e verificaram que, além de dificultar a chegada do sêmen ao
óvulo, a maconha prejudica outras funções do esperma, como
a habilidade de romper a camada protetora do óvulo.
Poluição
Hallak também desenvolve
pesquisas sobre o impacto da
poluição na produção de espermatozoides, principalmente
nos do cromossomo Y. Ele afirma que homens que trabalham
nas ruas e inalam muita poluição têm uma maior concentração de radicais livres de oxigênio no sangue, o que também
prejudica a fabricação de espermatozoides de qualidade.
De acordo com o médico, é
possível amenizar os efeitos da
maconha e da poluição nos espermatozoides com antioxidantes. "Vitaminas como a E e a
C podem melhorar a qualidade
do espermatozoide. Mas o tratamento dura em média sete
meses", afirma.
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