São Paulo, quinta-feira, 21 de junho de 2007
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ambiente

essa cadeia funciona?

Veja as características que tornam mais ou menos sustentáveis cinco produtos de grande importância para o equilíbrio ecológico

IARA BIDERMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O ilustre consumidor já se acostumou a fechar a torneira na hora de escovar os dentes, desligar aparelhos elétricos, incluir alimentos orgânicos nas refeições. Está disposto a fazer a sua parte na tentativa de frear o aquecimento global. É o suficiente?
É necessário, mas a questão ecológica envolve muito mais do que "pessoas físicas" e atitudes individuais. Essas são importantes na medida em que mudam padrões de consumo -e forçam as empresas, que criam os bens de consumo, a melhorar os seus processos.
O papel do indivíduo não é valorizado apenas pelos movimentos ecológicos. Instituições como a OMC (Organização Mundial do Comércio) afirmam que a pressão dos consumidores é fundamental para que as empresas adotem medidas cada vez mais eficazes para reduzir os danos ambientais causados por elas. "Hábitos de compra influenciam empresas a elevar seus padrões ambientais de produção, a se tornarem mais eficientes no uso de energia e de recursos naturais e a reduzir ao mínimo sua geração de resíduos", atesta a Agenda 21, um programa de ação estabelecido pela Eco-92, a segunda Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, e aceito por representantes de 179 governos.
De fato, a "onda verde" colocou no mercado uma boa oferta de produtos para atender a essa demanda. Ser "ecologicamente correto" tornou-se um atributo interessante para atrair o consumidor. Novamente, pode ser perguntado: tal atributo é o suficiente?
Já é um avanço, mas ainda não é tudo. Para combater o desastre ecológico causado pela ação do homem, não basta ser verde, tem de ser sustentável.
O conceito de sustentabilidade é baseado em um tripé: "deve ser ambientalmente adequado, socialmente justo e economicamente viável", diz Mario Monzoni, coordenador do CES (Centro de Estudos em Sustentabilidade), da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas de São Paulo). Se o produto é manco de algum desses pés, não vinga como solução ecológica.
O grande exercício do consumidor é ir atrás das informações sobre o produto, saber suas origens e como aquilo chegou às suas mãos. Para isso, selos certificadores de instituições respeitadas ajudam. "É importante checar, porque muitas empresas hoje praticam o que chamamos de 'lavagem verde'. Mudam ou acrescentam apenas alguma coisa em seu produto e se autodeclaram ecológicas, para limpar a imagem negativa que têm", diz Adriana Imparato, coordenadora do programa Cidade Amiga da Amazônia, do Greenpeace Brasil.
"Nada é 100% sustentável. Mas sempre podemos escolher o que causa menor impacto", diz André Carvalho, coordenador de produção sustentável do CES. E, já que o apelo "verde" acrescenta aos produtos um custo maior, vale a pena gastar um pouco mais de tempo para verificar se a compra pode, realmente, significar mais um pequeno passo para as mudanças ambientais necessárias. Confira a seguir as características que tornam mais ou menos sustentáveis cinco produtos de grande importância no equilíbrio ecológico.


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