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Encontros fora de hora e lugar
A expressão "seria cômico, se não fosse trágico"
cai como uma luva para
descrever alguns contatos
sociais entre pacientes e
terapeutas. Confira.
Odalisca: no Carnaval
de 1995, a psicóloga Simone Cogliano, vestida de
odalisca e ligeiramente
embriagada, trombou
com um de seus pacientes
no salão do Clube Espéria,
em São Paulo. "Minha
roupa era muito transparente, e estava dançando
com um cara que tinha
acabado de conhecer.
Tentei disfarçar, mas ele
fez questão de me cumprimentar." Ela garante que
o relacionamento com o
paciente melhorou depois
do episódio, que virou tema de duas sessões.
Na sauna: o fotógrafo
A.C. (ele não quis se identificar) falava sobre sua terapia para um grupo de
amigos na entrada da sauna em um hotel no interior de Goiás. Ao entrar na
sauna, deu de cara com a
terapeuta, acompanhada
pelo filho. À vontade, ela
tomou a iniciativa de conversar amenidades com
eles e saiu naturalmente,
diante dos pedidos insistentes da criança. Já o paciente demorou para se
recuperar do encontro.
Divã na festa: a relações
públicas M. S. S., que não
quis ter o nome publicado, não conseguia encontrar outro profissional para substituir a terapeuta
-seu "ouvido", como a
chamava entre amigos-
que havia mudado de cidade. Quando a reencontrou em uma festa de uma
amiga em comum, não teve dúvida: sentou ao seu
lado e desatou a falar da
vida, da coleção de problemas e neuras. Depois de
dez minutos de monólogo, já que a ex-terapeuta
nada falava, "caiu a ficha".
O embaraço, que era evidente por parte da profissional, calou M, que decidiu ir embora para não
correr o risco de esbarrar
de novo com a terapeuta.
Forró agitado: foi uma
surpresa para a professora
de inglês Renata Meirelles
Dias de Carvalho encontrar a terapeuta aos beijos
com um rapaz bem mais
novo em uma casa de forró. "Ele era alto, bonito.
Percebi que era um lance
bem corporal." Renata
admite que o comportamento da terapeuta interferiu no relacionamento.
"Ela me decepcionou. Tinha uma imagem de poderosa, mas, ali, eu a vi como uma fraca."
Sem neura: a tradutora
M.C.M., que não quis se
identificar, usava um telefone público quando alguém perguntou se ia demorar. Era o seu analista,
que, como adepto de Carl
Jung, é favorável a uma relação mais leve com os pacientes. Ela até lhe emprestou umas fichas telefônicas e aguardou que ele
telefonasse. Depois, foram
juntos tomar um café.
Fora do pedestal: ao ver
um paciente no supermercado, a psicóloga Maria Isabel Vanini desistiu
das compras e foi embora.
Mas admite que tem vontade de encontrar sua própria analista na rua. Segundo ela, são situações
como essa que ajudam a
desmitificar o psicólogo.
"É uma forma de tirá-lo
do pedestal. Ele é como
qualquer outra pessoa,
também vai ao banco."
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