São Paulo, quinta-feira, 22 de agosto de 2002
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Colesterol nas prateleiras do supermercado

Cada vez mais produtos estampam na embalagem a inscrição "não contém colesterol". No caso dos alimentos de origem vegetal, o aviso é absolutamente desnecessário: o colesterol é exclusividade dos produtos de origem animal.
Quando se pensa em uma alimentação saudável, deve-se lembrar que, além do colesterol, existem mais dois tipos de gordura: a saturada e a poliinsaturada. O que deve ser mesmo evitado são os alimentos ricos em colesterol e gordura saturada. As nozes, por exemplo, são bem gordurosas, mas contêm apenas gorduras poliinsaturadas, que trazem benefícios à saúde.
Em média, os brasileiros ingerem, diariamente, 240 mg de colesterol. Para a ciência de hoje, essa quantidade já é excessiva. Os médicos recomendam que a ingestão diária não ultrapasse 200 mg.
No ranking dos alimentos mais ricos em colesterol, o miolo é o campeão: em cada 100 g, há 2 g da gordura. Em seguida, vêm o fígado e demais vísceras, com cerca de 400 mg de colesterol em cada 100 g (vale para o coraçãozinho de galinha, sucesso nos churrascos); depois a manteiga, as peles (todas têm elevado índice de colesterol), a gema de ovo, o camarão, a lagosta e outros frutos do mar, o chocolate e alguns queijos fermentados.
"A carne vermelha é uma grande injustiçada. As mais magras -o corte patinho é uma delas- têm a mesma quantidade de colesterol que o salmão, cerca de 80 mg em cada 100 g", diz o endocrinologista Adolpho Milech. A comparação não vale para aquelas que fazem a festa no churrasco, como picanha e cupim.
"Teoricamente, não se deve riscar nada da dieta. A palavra de ordem é equilíbrio. Quem adora fritura, por exemplo, pode comer eventualmente. E o correto é usar óleo vegetal, com baixo teor de gordura saturada, sem reaproveitá-lo", afirma Celso Amodeo, do Funcor.
Seguindo esse raciocínio do equilíbrio, alguns mitos devem ser derrubados, como o do ovo. "Não se pode condenar o ovo de galinha, que é rico em albumina, proteína, ferro e vitaminas e ainda por cima é fácil de ser consumido. Para uma pessoa idosa, sem os dentes, por exemplo, é um alimento importante", afirma o cardiologista Mauricio Wajngarten, diretor do serviço de cardiogeriatria do Incor. O mesmo vale para a carne: "Tem gente que, após a cirurgia cardíaca, está anêmica. Esse paciente precisa comer carne", diz o médico.


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Cheque o bom e o ruim
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.